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izquierdas

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Marcelo Marchesini da Costa<br />

mentos já iniciados (Kingdon, 1995). Já outros autores pensam que<br />

a mídia cumpre um papel importante na identificação de problemas<br />

(Frey, 2000). o que se percebe na Venezuela é algo ainda um pouco<br />

distinto dessas duas análises, pois a mídia influencia fortemente o fluxo<br />

político do país. lá, nas palavras de uma das entrevistadas, “a mídia<br />

vai dando meus limites”, no sentido de demonstrar até que ponto a política<br />

do governo venezuelano pode avançar e o que não será tolerado.<br />

assim, quando a mídia ataca fortemente uma determinada política,<br />

ela pode não conseguir que aquela política retroceda, mas faz com que<br />

não avance mais. Esse pode ser o papel que a mídia exerce hoje, mas<br />

é importante lembrar que diversos grupos da mídia tiveram um papel<br />

ainda mais determinante no momento político da tentativa de golpe<br />

e sabotagem petroleira de 2002, que foi fundamental para a janela de<br />

oportunidade de políticas públicas de onde surge o Vuelvan Caras.<br />

no caso brasileiro, a única menção à mídia nas entrevistas ocorreu<br />

quando um entrevistado disse que a mídia é capaz de difundir<br />

as práticas da economia solidária sem reforçar ou mesmo utilizar o<br />

termo de economia solidária. ou seja, não se percebe que a mídia tenha<br />

participação da formação da agenda governamental de economia<br />

solidária, mas que, talvez reforçando a concepção de muitos setores<br />

da sociedade, ela encare a economia solidária como uma alternativa<br />

para minimizar os problemas do atual sistema socioeconômico.<br />

os atores relacionados com o processo eleitoral, como os partidos<br />

políticos e as campanhas dos candidatos compõem o último grupo que<br />

influencia a agenda de políticas públicas. as eleições podem trazer novos<br />

atores e propostas, com outros interesses e direcionamentos, que<br />

podem vir a ser considerados seriamente no debate sobre políticas<br />

públicas (Kingdon, 1995). Esses elementos foram fundamentais para<br />

a construção das políticas públicas de economia solidária no Brasil,<br />

tendo menor intensidade na Venezuela.<br />

a própria idéia de uma política pública de economia solidária<br />

no Brasil, segundo as entrevistas realizadas, parece ter surgido inicialmente<br />

na construção do programa de governo do Partido dos trabalhadores<br />

para a eleição municipal em são Paulo, no ano de 1996.<br />

Posteriormente, com a difusão dessa idéia no partido e na sociedade<br />

brasileira, quando lula ganhou as eleições de 2002, mesmo a economia<br />

solidária não tendo tido destaque em seu programa de governo,<br />

seu espaço já havia sido garantido.<br />

Já na Venezuela, a relação da economia popular com o início do<br />

governo chávez e seu programa de governo não está tão clara. a relação<br />

é mais direta com os acontecimentos do ano de 2002, tendo a política<br />

de economia popular estado presente nos debates do referendo<br />

revogatório do qual chávez saiu vitorioso em 2004 e nas eleições em<br />

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