13.02.2013 Views

izquierdas

izquierdas

izquierdas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Las <strong>izquierdas</strong> latinoamericanas, de la oposición al gobierno<br />

Esses fatos foram descritos nas entrevistas com dirigentes governamentais<br />

e membros do legislativo como evidência de que o governo<br />

não poderia se concentrar apenas no combate à pobreza e à exclusão,<br />

pois os grupos historicamente beneficiados pela concentração de renda<br />

não permitiriam a perda de seus privilégios e radicalizariam sua<br />

oposição ao governo. é nesse momento que se identifica um outro<br />

problema amplamente citado nas entrevistas com atores governamentais<br />

venezuelanos, relativo ao fato de que o governo está assentado sobre<br />

velhas bases do Estado burguês que são viciadas pela corrupção,<br />

ineficiência e burocratismo.<br />

é evidente que, se a própria direção da empresa petrolífera estatal<br />

venezuelana fez oposição golpista ao governo, há algo de errado nesse<br />

modelo institucional. daí porque fez-se necessário, por um lado, criar<br />

novas formas de atuação do governo, e, por outro, investir com força<br />

na inversão do modelo socioeconômico, já que o atual iria reagir a<br />

toda tentativa de incluir novos setores e reduzir as desigualdades. nas<br />

palavras de uma ex-ministra do ministério para a Economia Popular,<br />

esse foi o momento em que “o presidente começa a falar que o processo<br />

revolucionário na Venezuela não somente era anti-imperialista,<br />

ou não somente é anti-imperialista, mas é um processo revolucionário<br />

que pretende construir o socialismo e começa a falar, em 2004,<br />

começa a falar com muitíssima força de que esse processo deve ir até<br />

a construção do socialismo”. assim, inicia-se o que essa entrevistada<br />

caracteriza como a segunda etapa da revolução bolivariana.<br />

como conseqüência desse processo, no final de 2003 é lançado<br />

pelo presidente chávez o plano de atuar por meio de missões, que seriam<br />

estruturas paralelas ao Estado, com participação de diversos órgãos,<br />

e voltadas para áreas como saúde, educação e geração de trabalho<br />

e renda de forma cooperativa. com relação a este último elemento<br />

é criada a missão Vuelvan Caras, no ano de 2004, ano ainda marcado<br />

pela forte polarização política, manifesta na realização do referendo<br />

revogatório do mandato de chávez, mais uma vez vencido por ele.<br />

a política nacional de economia solidária venezuelana surge, portanto,<br />

com a missão Vuelvan Caras, cujo desenho inicial é proposto<br />

por uma comissão de ministros e funcionários. as missões são forçastarefa<br />

organizadas que funcionam como fundações e respondem diretamente<br />

ao presidente, com maior agilidade para contratações e recrutamento<br />

de pessoal (diaz, 2006). os opositores ao governo chávez<br />

afirmam que essa é uma forma de reforçar o controle e a dependência<br />

da máquina pública em relação ao presidente.<br />

a missão Vuelvan Caras é entendida pelo governo venezuelano<br />

como uma estratégia de transformação social, econômica e de luta<br />

contra a pobreza por meio do desenvolvimento endógeno e sustentá-<br />

190

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!