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capacitação para comitês de ética em pesquisa - BVS Ministério da ...

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sociólogos, teólogos, etc. e, s<strong>em</strong>pre, um representante<br />

<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usuários.<br />

As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do CEP <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser exercita<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro<br />

do espírito com o qual foi concebi<strong>da</strong> a resolução,<br />

valendo afirmar que ao Comitê cabe não simplesmente<br />

aplicar ou se ater a um código ou regimento, mas<br />

proce<strong>de</strong>r à reflexão <strong>ética</strong>, analisando caso a caso; esse é<br />

o papel do CEP, <strong>para</strong> exercê-lo t<strong>em</strong> total autonomia.<br />

Embora repetitivo, vale a pena reiterar o fato <strong>de</strong><br />

que a resolução, <strong>em</strong>bora com força legal, não é um<br />

código, n<strong>em</strong> <strong>de</strong>creto, n<strong>em</strong> portaria. Ela é uma peça <strong>de</strong><br />

Bio<strong>ética</strong> e o <strong>pesquisa</strong>dor – e, sobretudo, o CEP – t<strong>em</strong> a<br />

incumbência <strong>de</strong>, tomando-a como referencial, exercitar<br />

a avaliação <strong>ética</strong> com liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Em instância superior está constituí<strong>da</strong> a Comissão<br />

TEXTO 13 – O BRASIL QUER SER PARCEIRO<br />

* Secretária-Executiva <strong>da</strong> Comissão Nacional <strong>de</strong> Ética <strong>em</strong> Pesquisa<br />

O Brasil participou <strong>da</strong> IV Conferência dos<br />

Comitês <strong>de</strong> Bio<strong>ética</strong> do Conselho <strong>da</strong> Europa (11/98),<br />

através do representante <strong>da</strong> Comissão Nacional <strong>de</strong><br />

Ética <strong>em</strong> Pesquisa/Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

com monografia sobre A participação dos países <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento nas <strong>pesquisa</strong>s: somos parceiros ou<br />

campo <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong>?<br />

Ca<strong>da</strong> vez mais as <strong>pesquisa</strong>s científicas são associa<strong>da</strong>s<br />

e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas priva<strong>da</strong>s multinacionais, com<br />

interesse imediato na utilização industrial e comercial do<br />

resultado. Por ex<strong>em</strong>plo, o Projeto Genoma Humano (até<br />

2005 terá completado o <strong>de</strong>ciframento <strong>de</strong> todos os genes<br />

que compõ<strong>em</strong> os cromossomos humanos, contribuindo<br />

<strong>para</strong> encontrarmos formas <strong>de</strong> prevenção e cura <strong>de</strong><br />

vários males), está sendo realizado através <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cooperação internacional, com cerca <strong>de</strong> 25% <strong>de</strong><br />

verbas governamentais e 75% <strong>de</strong> financiamento privado<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s indústrias farmacêuticas. Esta indústria<br />

movimenta enorme quantia no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

novas drogas, <strong>pesquisa</strong><strong>da</strong>s inicialmente nos gran<strong>de</strong>s<br />

laboratórios do Primeiro Mundo.Quando promissoras,<br />

passam a ser utiliza<strong>da</strong>s no ser humano, <strong>em</strong> vários países<br />

simultaneamente, por facilitar o alcance <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

CAPACITAÇÃO PARA COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA<br />

Nacional <strong>de</strong> Ética <strong>em</strong> Pesquisa, que atua como órgão <strong>em</strong><br />

grau <strong>de</strong> recurso, analisa os projetos <strong>da</strong>s áreas t<strong>em</strong>áticas,<br />

estabelece as diretrizes gerais e t<strong>em</strong> por função, ain<strong>da</strong>,<br />

organizar um Banco <strong>de</strong> Informações sobre Pesquisas<br />

<strong>em</strong> Seres Humanos no Brasil.<br />

Com relação às áreas t<strong>em</strong>áticas, foi homologa<strong>da</strong><br />

a Resolução CNS nº 251/97, referente a <strong>pesquisa</strong>s<br />

com novos fármacos, medicamentos e vacinas, a<br />

qual estabelece, entre outros pontos, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se justificar as fases (I, II, III, IV) <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong><br />

clínica, chamando a atenção <strong>para</strong> a obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estudos pré-clínicos, sobretudo quanto à toxici<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

multigenici<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>em</strong>briotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> e carcigenoci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Quanto às <strong>de</strong>mais áreas t<strong>em</strong>áticas, várias resoluções<br />

estão <strong>em</strong> fase <strong>de</strong> elaboração.<br />

Corina Bont<strong>em</strong>po Duca <strong>de</strong> Freitas*<br />

casuística <strong>em</strong> pouco t<strong>em</strong>po e a aceitação e registro<br />

<strong>para</strong> a comercialização.Por isso t<strong>em</strong> sido envolvidos<br />

também os países <strong>em</strong>ergentes, parecendo mesmo haver<br />

um <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>stas fases do Primeiro <strong>para</strong> o<br />

Terceiro Mundo, Brasil inclusive.<br />

A gran<strong>de</strong> questão relaciona-se com o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

pressão e persuasão <strong>da</strong> indústria farmacêutica sobre<br />

a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> científica e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexão<br />

sobre os dil<strong>em</strong>as éticos advindos, tais como: que rumos<br />

estão sendo <strong>da</strong>dos à ciência? Que interesses e <strong>de</strong> qu<strong>em</strong><br />

estarão prevalecendo? Qu<strong>em</strong> serão os beneficiados<br />

com os conhecimentos alcançados? Como po<strong>de</strong>rá ser<br />

favorecido um acesso igualitário aos povos? Na área <strong>da</strong><br />

saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>verão prevalecer as leis <strong>de</strong> mercado? Os povos<br />

menos ricos estarão sendo cobaias? (Exist<strong>em</strong> ex<strong>em</strong>plos,<br />

como uma <strong>pesquisa</strong> sobre a evolução natural <strong>da</strong> Aids <strong>em</strong><br />

gestantes <strong>de</strong>ixa<strong>da</strong>s s<strong>em</strong> tratamento, na África). Como a<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá acompanhar e controlar essas forças?<br />

Como aten<strong>de</strong>r às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos países<br />

menos <strong>de</strong>senvolvidos, por ex<strong>em</strong>plo, como investir<br />

<strong>em</strong> <strong>pesquisa</strong> <strong>de</strong> medicamentos órfãos, tais como os<br />

do tratamento <strong>da</strong> malária, doença que mata mais que<br />

a Aids no Brasil, mas que não t<strong>em</strong> mercado capaz <strong>de</strong><br />

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