capacitação para comitês de ética em pesquisa - BVS Ministério da ...
capacitação para comitês de ética em pesquisa - BVS Ministério da ...
capacitação para comitês de ética em pesquisa - BVS Ministério da ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
incluindo a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> e sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar os<br />
critérios <strong>de</strong> seleção dos sujeitos <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong> apropriados,<br />
avaliar a razão risco-benefício, proporcionar informação <strong>de</strong><br />
uma maneira apropria<strong>da</strong>, cumprir com os procedimentos<br />
<strong>de</strong> confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>, etc. Da mesma forma, ain<strong>da</strong> que a<br />
avaliação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> clínica tenha seu valor,<br />
vali<strong>da</strong><strong>de</strong>, critérios <strong>de</strong> seleção, proporção <strong>de</strong> risco-benefício,<br />
documentos <strong>de</strong> consentimento informado e procedimentos<br />
<strong>para</strong> monitorar os sujeitos inscritos, as aptidões necessárias<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong> variar do conhecimento científico ao ético. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
qualquer grupo <strong>de</strong>signado <strong>para</strong> a revisão <strong>ética</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
dos ensaios <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong> <strong>de</strong>ve incluir indivíduos com<br />
habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s científicas, estatísticas, <strong>ética</strong>s, legais; assim como<br />
a ci<strong>da</strong>dãos com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexão que compreen<strong>da</strong>m<br />
os valores sociais, as priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s e vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, e as<br />
inquietações dos potenciais sujeitos <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong>.<br />
• T<strong>em</strong>as pen<strong>de</strong>ntes.<br />
O esboço <strong>de</strong>ste marco sist<strong>em</strong>ático <strong>para</strong> o exame ético <strong>da</strong><br />
<strong>pesquisa</strong> clínica, ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>ixa muitos t<strong>em</strong>as não resolvidos,<br />
nos quais a interpretação <strong>de</strong>stes requisitos continua sendo<br />
polêmica. Por ex<strong>em</strong>plo, no que se refere ao requisito <strong>de</strong><br />
uma proporção favorável risco-benefício, alguns alegam<br />
que exist<strong>em</strong> limites absolutos e máximos sobre quanto risco<br />
é aceitável, s<strong>em</strong> importar o grau <strong>de</strong> benefícios que se po<strong>de</strong><br />
esperar. O quinto ponto do Código <strong>de</strong> Nur<strong>em</strong>berg <strong>de</strong>clara<br />
que “nenhum experimento <strong>de</strong>ve ser conduzido on<strong>de</strong> exista<br />
uma razão a priori <strong>de</strong> crer que ocorrerá a morte ou uma lesão<br />
incapacitadora”. Outros afirmam que não <strong>de</strong>ve haver nenhum<br />
limite absoluto sobre risco; o risco apropriado <strong>de</strong>ve ser uma<br />
avaliação com<strong>para</strong>tiva <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos benefícios potenciais<br />
e os sujeitos participantes. No caso <strong>de</strong> doenças letais, como<br />
a AIDS e o câncer, alguns riscos limitados <strong>de</strong> morte <strong>de</strong>vido<br />
à <strong>pesquisa</strong>, po<strong>de</strong>m ser eticamente aceitáveis. Da mesma<br />
forma, no que se refere à seleção eqüitativa <strong>de</strong> sujeitos, não<br />
existe acordo sobre como assegurar que os resultados <strong>da</strong><br />
investigação serão <strong>de</strong> real valor <strong>para</strong> os grupos que estão<br />
sendo recrutados; no contexto <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> internacional,<br />
este é o probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> “disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> razoável”. Alguns<br />
alegam que antes <strong>de</strong> iniciar um protocolo, <strong>de</strong>ve ser feita uma<br />
provisão explícita <strong>para</strong> assegurar que se houver resultados<br />
positivos será garantido o tratamento a to<strong>da</strong> a nação.<br />
Outros argumentam que não apenas há <strong>de</strong>sacordo sobre a<br />
interpretação dos requisitos, como também sobre a existência<br />
<strong>de</strong> outros requisitos. Alguns alegam que há um requisito <strong>de</strong><br />
CAPACITAÇÃO PARA COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA<br />
diss<strong>em</strong>inar os resultados <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong>, porque a diss<strong>em</strong>inação<br />
é o que gera conhecimento generalizável; se os resultados<br />
<strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong> não são compartilhados, então quer dizer que<br />
os sujeitos <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong> foram colocados <strong>em</strong> situação <strong>de</strong><br />
risco s<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rar os benefícios <strong>para</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Outros<br />
suger<strong>em</strong> que, <strong>da</strong> forma como está apresentado, isto não é<br />
parte <strong>da</strong> avaliação <strong>ética</strong> <strong>de</strong> um ensaio <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong> clínica. Da<br />
mesma forma, há invocações <strong>de</strong> proteção não somente <strong>para</strong><br />
os interesses dos indivíduos, mas também <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
e que este é um requisito adicional. Outros acreditam que<br />
a interpretação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> dos requisitos - especialmente a<br />
seleção eqüitativa <strong>de</strong> sujeitos, a proporção risco-benefício e<br />
o consentimento informado - po<strong>de</strong> abor<strong>da</strong>r esta inquietação.<br />
Estes sete requisitos <strong>para</strong> consi<strong>de</strong>rar a <strong>ética</strong> <strong>de</strong> uma<br />
<strong>pesquisa</strong> clínica, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados analogamente a<br />
uma constituição, no sentido que proporciona um marco<br />
sist<strong>em</strong>ático <strong>para</strong> guiar as avaliações dos protocolos <strong>de</strong><br />
<strong>pesquisa</strong> clínica individuais, as tradições <strong>de</strong> interpretação<br />
<strong>para</strong> os diversos requisitos generais, o contexto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sacordos<br />
e as classes <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rações que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser invoca<strong>da</strong>s <strong>para</strong><br />
resolvê-los. Como uma constituição, e diferente do Código<br />
<strong>de</strong> Nur<strong>em</strong>berg, os requisitos po<strong>de</strong>m ser reinterpretados,<br />
refinados e, ain<strong>da</strong>, ser revisados, especialmente à luz <strong>de</strong><br />
mu<strong>da</strong>nças na ciência e nos ensaios clínicos.<br />
Conclusão<br />
Para muitos, a essência <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> clínica <strong>ética</strong> é o<br />
termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido dos sujeitos<br />
<strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong>. Este critério é gerado e se reforça por<br />
ser o primeiro e mais extenso princípio do Código <strong>de</strong><br />
Nur<strong>em</strong>berg, é o requisito do consentimento informado<br />
(1996). E, <strong>da</strong>s 15 Pautas Éticas Internacionais <strong>para</strong> a<br />
Pesquisa Biomédica com Sujeitos Humanos publica<strong>da</strong>s<br />
pelo Conselho <strong>de</strong> Organizações Internacionais <strong>da</strong>s<br />
Ciências Médicas (CIOMS), os primeiros nove estão<br />
<strong>de</strong>dicados ao consentimento informado. Longe <strong>de</strong><br />
ser o el<strong>em</strong>ento fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> <strong>ética</strong>, o<br />
consentimento informado não é apenas um fator, na<br />
reali<strong>da</strong><strong>de</strong> é um dos últimos fatores <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar a <strong>ética</strong><br />
<strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> clínica. Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, há sete requisitos que<br />
proporcionam um marco <strong>para</strong> avaliar a <strong>ética</strong> <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong><br />
clínica. Estes requisitos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados pela<br />
or<strong>de</strong>m e todos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser cumpridos.<br />
73