capacitação para comitês de ética em pesquisa - BVS Ministério da ...
capacitação para comitês de ética em pesquisa - BVS Ministério da ...
capacitação para comitês de ética em pesquisa - BVS Ministério da ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
éticos requeridos <strong>para</strong> um estudo ou <strong>pesquisa</strong>, garante <strong>para</strong> a<br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong> que as pessoas incluí<strong>da</strong>s nos ensaios serão trata<strong>da</strong>s<br />
eticamente e não somente como meros “meios”. Com esta<br />
avaliação, os m<strong>em</strong>bros <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>m confiar que não<br />
se beneficiarão do mal uso <strong>de</strong> outros seres humanos e que<br />
se estes <strong>de</strong>cidir<strong>em</strong> se inserir <strong>em</strong> uma <strong>pesquisa</strong> clínica, serão<br />
tratados eticamente.<br />
Nos Estados Unidos, a avaliação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
dos projetos <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong> é feita através <strong>de</strong> grupos<br />
multidisciplinares: organizações financiadoras, Comitês <strong>de</strong><br />
Revisão Institucional (IRB), Comissões <strong>de</strong> Monitoramento<br />
e Segurança <strong>de</strong> Dados (DSMB). A responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre<br />
a avaliação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> requisito n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre é clara e <strong>em</strong><br />
alguns casos se superpõe. Para as instituições que receb<strong>em</strong><br />
apoio do Departamento <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública e <strong>de</strong> Serviços<br />
Sociais, existe um organismo governamental, a Oficina <strong>para</strong><br />
Proteção <strong>de</strong> Riscos na Pesquisa (OPRR), que supervisiona e<br />
regulamenta os Comitês <strong>de</strong> Avaliação Institucional. Exist<strong>em</strong><br />
outras maneiras váli<strong>da</strong>s <strong>de</strong> garantir a avaliação e revisão<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos protocolos <strong>de</strong> <strong>pesquisa</strong> clínica, alguns dos<br />
quais foram comprovados <strong>em</strong> outros países.<br />
6. Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido<br />
A finali<strong>da</strong><strong>de</strong> do Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre<br />
e Esclarecido (TCLE) é assegurar que os indivíduos<br />
particip<strong>em</strong> <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> clínica proposta apenas quando esta<br />
for compatível com seus valores, interesses e preferências.<br />
Os requisitos específicos do TCLE inclu<strong>em</strong> o fornecimento<br />
<strong>de</strong> informações sobre: finali<strong>da</strong><strong>de</strong> e justificativa do estudo,<br />
riscos, benefícios e alternativas <strong>para</strong> a <strong>pesquisa</strong>. A <strong>de</strong>vi<strong>da</strong><br />
compreensão por parte do sujeito <strong>de</strong>stas informações e <strong>de</strong><br />
sua própria situação clínica, contribuirá <strong>para</strong> o processo <strong>de</strong><br />
toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão livre, não força<strong>da</strong> sobre a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
participar ou não do estudo (Applebaum, 1987; Fa<strong>de</strong>n, 1986).<br />
Ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>stes el<strong>em</strong>entos é necessário <strong>para</strong> assegurar que os<br />
indivíduos tom<strong>em</strong> <strong>de</strong>cisões racionais e livres sobre o fato <strong>de</strong><br />
que o ensaio clínico está <strong>de</strong> acordo com seus interesses.<br />
O TCLE se justifica pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> respeito às<br />
pessoas (Levine, 1988; Fa<strong>de</strong>n, 1986; Beauchamp, 1994;<br />
Applebaum, 1987). Ca<strong>da</strong> pessoa t<strong>em</strong> valor intrínseco<br />
por sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir, modificar e prosseguir<br />
seu próprio plano <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Incluir indivíduos <strong>em</strong><br />
<strong>pesquisa</strong>s clínicas s<strong>em</strong> sua autorização significa tratálos<br />
como meios <strong>para</strong> um fim com o qual possam não<br />
CAPACITAÇÃO PARA COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA<br />
estar <strong>de</strong> acordo. A adoção <strong>de</strong>ssa postura <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra<br />
seu valor intrínseco e sua autonomia. O TCLE respeita<br />
a pessoa e sua autonomia, permitindo ao indivíduo<br />
<strong>de</strong>cidir se quer e como quer contribuir <strong>para</strong> a <strong>pesquisa</strong>.<br />
7. Respeito aos sujeitos incluídos na <strong>pesquisa</strong><br />
Os requisitos éticos <strong>para</strong> a <strong>pesquisa</strong> clínica não conclu<strong>em</strong><br />
quando os indivíduos assinam o formulário do TCLE e se<br />
inscrev<strong>em</strong> na <strong>pesquisa</strong>. Os sujeitos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> continuar sendo<br />
tratados com respeito enquanto participam <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong><br />
clínica. O respeito aos sujeitos inscritos implica <strong>em</strong> pelo<br />
menos cinco ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes. Primeiro, o respeito inclui<br />
permitir ao sujeito mu<strong>da</strong>r <strong>de</strong> opinião, a <strong>de</strong>cidir que a <strong>pesquisa</strong><br />
não está <strong>de</strong> acordo com seus interesses ou preferências,<br />
e a retirar-se s<strong>em</strong> ser penalizado. Segundo, já que serão<br />
compila<strong>da</strong>s informações substanciais sobre os sujeitos<br />
inscritos, sua privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser respeita<strong>da</strong>, administrando<br />
a informação <strong>de</strong> acordo com regras <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Terceiro, durante o curso <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> clínica, é possível obter<br />
<strong>da</strong>dos novos, informação a cerca dos riscos e benefícios <strong>da</strong>s<br />
intervenções utiliza<strong>da</strong>s. O respeito requer que esta nova<br />
informação seja proporciona<strong>da</strong> aos sujeitos inscritos. Por<br />
ex<strong>em</strong>plo, quando os documentos do TCLE são modificados<br />
<strong>para</strong> incluir riscos ou benefícios adicionais <strong>de</strong>scobertos no<br />
curso <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong>, os sujeitos inscritos também <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />
informados <strong>de</strong>stes novos <strong>da</strong>dos. Quarto, <strong>em</strong> reconhecimento<br />
a contribuição dos sujeitos na <strong>pesquisa</strong> clínica, <strong>de</strong>ve haver<br />
algum mecanismo <strong>para</strong> informá-los sobre os resultados e<br />
o que foi aprendido com a <strong>pesquisa</strong> clínica. Quinto, o b<strong>em</strong><br />
estar do sujeito <strong>de</strong>ve ser cui<strong>da</strong>dosamente observado ao<br />
largo <strong>de</strong> sua participação, <strong>para</strong> acompanhar se experimenta<br />
reações adversas ou se suce<strong>de</strong>m eventos adversos severos, a<br />
fim <strong>de</strong> lhe proporcionar um tratamento apropriado e, se for<br />
necessário, retirá-lo <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong>.<br />
Estas diferentes ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m aparecer como uma<br />
aglomeração <strong>de</strong> proteções não relaciona<strong>da</strong>s. Permitir que o<br />
sujeito se retire ou lhe proporcionar informação sobre novos<br />
benefícios e riscos, po<strong>de</strong> parecer a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente integral ao<br />
processo <strong>de</strong> consentimento informado. Entretanto, muitas<br />
pessoas, especialmente os <strong>pesquisa</strong>dores e os sujeitos,<br />
acreditam que o processo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido<br />
se conclui na inscrição. Esta crença se vê reforça<strong>da</strong> pela<br />
forma pela qual a avaliação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte geralmente recalca<br />
o documento e rara vez analisa o processo <strong>de</strong> consentimento<br />
71