o economista

escuro, o sol radiante, e as ruas movimentadas. Senhoras
de balaios à cabeça, filhos às costas, a catana numa mão,
e na outra a cabaça de água, dirigiam-se às lavras.
Adolescentes com sacos ou latas às mãos, vazios ou
carregados com resíduos de rezes, cruzavam-se pelos
caminhos que iam desaguar à lixeira dos matadouros.
Depois de lavada a paciente, esta e as senhoras de
que se fazia acompanhar, voltaram para o interior da
casa. Aqui, Zito entregou à mãe, três embrulhos contendo
pós, ditando as suas respectivas indicações. Amarrou um
fio de mateba num dos dedos do pé direito da paciente, e
uma tira de pano vermelho no pulso da sua mão direita.
---- Se estas cordas rebentarem, não voltem a
apanhar, ouviram?…
As senhoras, impacientes pelo deferimento de uma
preocupação que haviam exposto ao quimbanda, solicitaram
na pessoa da tia:
---- Então mano, não nos diz inda o nome desse
cadiapemba que queria comer a nossa filha?...
---- O tratamento ainda não acabou. Agora vão deixar
só dois contos. Arranjam quatro litros de vinho: dois de
tinto, dois de branco; duas galinhas de quimbundo, e uma
panela de barro. Falta lhe tirar mais algumas coisas.
Depois vos digo o nome desse tio dela feiticeiro. Podem
ir!…
Nessa manhã, apareceu a vizinha de Zito, de quem as
chapas da casa eram todas as noites, palco de gatos que
choramingavam como bebés.
Trazia as duas panelinhas de barro, uma cabírí, um
litro de vinho branco, e outro de tinto, conforme
recomendação do quimbanda, e ainda alguns escudos.
À essa altura, já o quintal encontrava-se preenchido
de pacientes. Ao pé da porta, outras pessoas
encontravam-se sentadas, aguardando a sua vez. Quando o
quimbanda saiu ao quintal para saudar os pacientes, viu a
vizinha sentada no meio de algumas senhoras, e pediu-a
102