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o economista

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O primo não comeu. Despediu-se dos dois e saiu<br />

logo. Momentos depois, foi a vez deles também saírem.<br />

Zito ia acompanhá-la à casa. Pelo caminho, ao dobrarem<br />

uma esquina, apareceu à sua frente, Alice, a prima dela.<br />

---- São! --- exclamou ela de espanto. --- Só agora?<br />

O casal estacou.<br />

---- O velho já chegou? --- interrogou Marisa.<br />

---- Acaba de chegar mesmo há instantes! --- disse a<br />

outra, retomando a caminhada. --- Venho já aí.<br />

O casal, por sua vez, resolveu despedir-se aí<br />

mesmo. Beijaram-se, e cada qual foi para o seu lado.<br />

O corpo da mãe de Gabriela, seria enterrado no<br />

Alto das Cruzes. Ao contrário do que fora, quando se<br />

casara, desta feita ia no primeiro carro. Ia com vagar,<br />

indiferente a tudo e todos, com calma, e sem pressa<br />

alguma de cortar cedo o bolo da terra.<br />

Ao regressarem do cemitério, Marisa mostrou á<br />

Zito a casa do tio, na qual havia vivido durante algum<br />

tempo.<br />

---- Quanto tempo andaste aí?<br />

---- Uns dois anitos.<br />

---- Por que razão saíste de lá? O bairro até é bom…<br />

---- Adoecia sempre. Estava constantemente a sonhar<br />

com o meu tio, não havia noite que não me apertassem na<br />

garganta e então resolvi sair.<br />

---- Esses tios, esses tios…<br />

O cortejo agora voltava depressa, com variável<br />

distância entre os carros e já com alguns intermediários<br />

no meio. Ao longo das artérias, bandeiras vermelhas<br />

anunciavam aproximação de mais um 1º de Maio. Posta em<br />

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