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o economista

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---- Pois é, ajudem os maridos, que eu cá ajudo a<br />

mulher. ---- disse em jeito de brincadeira, o motorista.<br />

---- É verdade, mano... ---- as peixeiras puxavam<br />

conversa ---- ... da forma que a vida está, é preciso<br />

trabalhar muito, ter jeito, senão ufuá ni nzala!<br />

---- Eu cá, era chefe de secção. ---- explicava João<br />

Simões ---- Ganhava doze mil kwanzas por mês. Mas nem com<br />

isso. Só para comprar uma calça, é preciso ter jeito, é<br />

verdade, senão não comes...<br />

---- Não é bâ, mano! ---- apoiavam algumas peixeiras.<br />

Na carroçaria, algumas senhoras impacientavam-se com a<br />

moleza de João Simões:<br />

----Esse camarada começou guiar ntão qualé dia? ----<br />

perguntou uma.<br />

---- Parece lhe emprestaram o carro, ou o quê então? -<br />

--- quis saber uma outra.<br />

Porém, uma das senhoras, a transbordar de tanta<br />

impaciência, aproximou-se da janela da cabina, e batendo<br />

nela com raiva, expeliu toda a sua raiva.<br />

---- Anda ntão mais depressa, camarada! ---- gritou a<br />

senhora.<br />

---- Fica parece estamos ir de boleia ----<br />

acrescentava uma outra. ---- Mesmo hora de dikomba, é<br />

esta que está nos passar...<br />

O motorista, não podendo virar-se para trás, dada a<br />

sua inexperiência, limitou-se a perguntar a uma das<br />

peixeiras que com ele ia à cabina, o que queriam as da<br />

carroçaria.<br />

---- Estão a pedir para andar mais depressa, mano.<br />

Sabe como é, na praça, peixe é de manhã cedo.<br />

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