o economista
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pequeno-burguês, sorteado nas confusões que haviam dado<br />
fuga aos dono do que se gabava dono.<br />
À hora do almoço, Zito e Juca dirigiram-se ao<br />
Restaurante Portugália, ali mesmo no coração da baixa.<br />
Leram o menu, e seguidamente aproximaram-se da caixa,<br />
para adquirirem as senhas que davam direito às refeições<br />
e às bebidas.<br />
Já o colega havia comprado duas, quando Zito<br />
encontrava-se ainda à procura da carteira por tudo quanto<br />
era bolso, algibeira ou cafocolo. E nada. A carteira não<br />
apareceu.<br />
---- Deve ficar no bolso da outra camisa, lá no<br />
serviço. ---- disse ao colega.<br />
Não sendo a primeira a vez que tal acontecia, Juca<br />
pensou que apenas podia ser mais uma daquelas suas<br />
tácticas de lhe pedir dinheiro por empréstimo. E<br />
antecedendo-se ao que dali há pouco sairia da boca do<br />
colega, puxou pela carteira e comprou mais duas senhas.<br />
---- Vai fazendo as contas, heim?---- disse Juca,<br />
entregando as senhas a Zito.<br />
Com um abanar da cabeça, Zito concordou, não dizendo<br />
nada mais.<br />
Sentados num dos extremos do interior do restaurante,<br />
não demorou a serem atendidos. Zito comeu as duas<br />
refeições, e ainda mais um bocadão deixado por Juca, e<br />
mesmo assim, não mostrou ares de ter ficado repleto…<br />
Nessa tarde haviam de receber os salários. De<br />
regresso ao serviço, pelo caminho, após ter contado ao<br />
colega duas tremendas estórias de rebentar o baixoventre,<br />
Zito preveniu a Juca que não poderia ainda pagar<br />
todas as suas dívidas, por precisar de liquidar os três<br />
meses de renda, da casa em que residia, pois ―estão quase<br />
a me tundar‖…<br />
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