o economista
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----Não é dinheiro novo, primo! Novo dinheiro! Com<br />
a nossa bandeira! Toda essa cambada de Silva Portos e<br />
Salazares Aeroportos, vai pro lixo! Pro lixô! Pro<br />
lixôôô!<br />
Zito estava caindo do Evereste. Do Morro do Môco,<br />
do Monte de Ícaro. E cada ―pro lixô!‖ do primo, era uma<br />
bala a cravejar-se no mais íntimo do seu coração.<br />
De facto, o último ―pro lixôôô!‖ do primo,<br />
atravessou como um míssil, o coração de Zito, indo em<br />
direcção aos dois garrafões grávidos de dinheiro,<br />
escondidos no forno do fogão, num dos cantos do seu<br />
quarto.<br />
Mas Zito, não atingido na cabeça, ainda pôde<br />
agarrar-se num fôlego de vida e regenerar o humor<br />
perdido, adiando a morte dos garrafões.<br />
Atento ao que continuavam a noticiar, o casal não<br />
se apercebeu da mudança de humor em Zito.<br />
---- Mas então, se vão trocar, como é que o<br />
dinheiro vai para o lixo? ---- interrogava Jenito,<br />
perceptivelmente despeitado na voz.<br />
---- É claro, Jenito! ---- explicava a esposa do<br />
primo ---- Para que havíamos de precisar do dinheiro do<br />
colono? Eles vão criar postos de troca…<br />
---- Ãah! V-ão criar pos-tos de tro-ca! ----<br />
exclamou alegremente Zito ---- Pensei que iam deitar<br />
fora todo o meu… todo o dinheiro! ---- exclamou,<br />
atabalhoadamente se corrigindo.<br />
Estava de volta ao espírito que o animava. Longe de<br />
pensar que haveria de oscilar…<br />
---- Não. ---- prosseguia a prima, sem no entanto<br />
ter reparado nas palavras de Jenito ---- Não se vai<br />
fazer isso. Os postos para a troca da moeda…<br />
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