o economista

criança ou adulto, animal ou figura. Se estivesse andando
pela rua e um carro bonito passasse por ele, não hesitava
em levantar o braço para saudar um miserável qualquer que
nele estivesse. Diariamente, fazia amizades com moças e
moços do bairro e até com senhores de idade já avançada
ou ainda atrasada, que viam nele, um rapaz de juízo, um
literato, um poeta de se deixar tirar o cabaço da filha,
por cheirar futuro de muata.
Quanto mais não fosse por isso, como teria, ele Zito,
dificuldades em emprestar fosse o que fosse a quem fosse,
quanto, quando, onde, e como quisesse? Quem se atreveria
a impedir-lhe a entrada em festas ou em combas? ―Então
você não conhece o man-Zito, ou quê?! Deixa-me lá passar,
oh gente!‖
E deste modo, aumentava a sua fama. Evitando, se é
que evitava, o ridículo, tinha uma forma muito
característica de alegrar as festas, fazendo-se amigo de
todos, a quem aproveitava para bajular no mais que
pudesse, e até prontificavam-se a dar-lhe mais! E aí, com
uma expressão algo esquisita, Zito dizia: ―obrigado p‘la
gentileza!‖
Inconscientemente, Zito foi se tornando um
biscateiro, pois pouco ligava já ao book, e muito menos
ao que as pessoas pensavam dele, quando se tratasse de
algum meio de economizar e acumular.
Quando algum vizinho tivesse um porco, um cabrito,
para matar, um fogão ou um motor qualquer para reparação,
―é só mandar me chamar!‖…
O livro foi ganhando poeira, enquanto Zito ia se
tornando um exímio na arte de reparar fogões e geleiras e
arcas, que não tardou a colocar ele mesmo, uma tabuleta
sobre a porta, com os dizeres:
REPARAÇÕES
DE
GELEIRAS E
FOGÕES
ZITO
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