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o economista

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apanhado em flagrante delito, a defecar numa pia<br />

baptismal.<br />

A<br />

<br />

Boavista preparava-se para a<br />

passagem do ano. No ar, o fumo e<br />

o cheiro de churrascos e demais assados, ia desaguar na<br />

praia ali próximo, e no além-mar, apressando a chegada<br />

dos navios. Aqui e ali, um pé de música, uma roda de<br />

amigos, um riso, uma gargalhada, uma lágrima de mel,<br />

parida pela emoção de um cérebro inebriado.<br />

Era um bairro quase ao nível do mar. Tudo quanto<br />

está ao nível do mar, é imenso e azul. Sal para o mal,<br />

mel e doce para o bem e para o amor.<br />

---- Pois é, Jenito. Quantos anos lá vão?…<br />

---- Oh, primo, muitos, muitos anos. Desde que a<br />

mãe morreu…<br />

---- E assim, primo, que pensas fazer da tua vida?…<br />

Já tens um fogão, uma geleira e uma arca… pensas te<br />

casar tão cedo?<br />

---- Não. Casar ainda não. Agora tenho que arranjar<br />

um outro emprego, e continuar a estudar…<br />

---- Exactamente!---- interrompeu o primo---- Tens<br />

de estudar, sobretudo. Aqui, como vês, a casa é grande.<br />

Tens aí um quarto para ti, livros para te cultivares…<br />

Caso tenhas alguma dificuldade, podes colocá-la a mim,<br />

sem qualquer receio. O necessário é encarares tudo com<br />

responsabilidade. Os tempos mudam, tudo muda Jenito.<br />

TUDO!…<br />

Até parecia a encarnação do Mestre Coelho, morto de<br />

tuberculose, duas semanas antes do 25 de Abril… Porém,<br />

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