o economista

Os senhores foram-se embora e os dois burocratas
continuaram a palrar até ficarem afónicos e com as
nádegas totalmente achatadas. Fecharam a repartição e
dirigiram-se ao refeitório.
Ao regressar à casa, Zito não encontrou ninguém.
Com a sua chave, abriu as portas e entrou. Ao
atravessar a sala rumo ao seu quatro, um bilhete por
cima da mesa, chamou a sua atenção. A sogra do primo
encontrava-se gravemente doente. Para não ficar
sozinho em casa, depois de lavar-se, jantou e foi para
o cinema.
No Kipaka corria o «Mas, que tropa!» com Franco
Franchi e Ciccio Ingraccia a explodirem o baixo-ventre
de estátuas e deuses, com as parvoíces da civilização
ocidental.
Quando Zito chegou, já o filme tinha começado, e
teve de perder algum tempo e fita, antes de encontrar o
seu lugar.
Pouco depois de sentar-se, e justamente quando ia
lançando uma gargalhada, apareceram duas apetitosas
moças que se acomodaram cada uma num dos dois lados,
deste modo, ficando ele entre as duas.
Pelo aspecto, tiques e vozes, Zito considerou-as
«mininas finas», «mininas da Baixa». E se quisessem,
podiam pedi-lo para trocar o lugar com uma delas e
assim ficarem juntas. Mas tal não aconteceu.
O filme prosseguia. Era uma amostra de quanto os
macacos já haviam evoluído. E os outros macacos, estes
a quem aqueloutros por incultura chamavam de macacos,
berravam, gritavam, choravam; por entenderem a
macaquice da sua linguagem.
Zito não era macaco. Era um homem…
O filme prosseguia e as duas moças conversavam
entre si como se a separá-las nada estivesse; berravam,
levantavam-se com cócegas no baixo-ventre; faziam
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