o economista

que havia na sala, Zito era o único que ali suava. E de
que maneira!
Após Marisa ter tomado a palavra e atribuído à Zito a
responsabilidade pela sua gravidez, pediram ao rapaz que
confirmasse o que a outra dissera.
Como se com o peso do corpo duplicado, Zito levantouse,
e limpando o suor no seu rosto, tomou da palavra:
---- De facto, tudo quanto ela disse é verdade. Sou
sim o autor da gravidez. Nunca nos havia passado pela
cabeça essa intenção, mas aconteceu, que é que podemos
fazer...
Posto isso, e enquanto se sentava, Zito notou um certo
alívio, um aspecto já bondoso, no rosto cujos olhos antes
pareciam lhe querer fulminar.
«A kota ficou desorientada, confusa. Deve ter se
agarrado na possibilidade de eu ser apenas muito parecido
com ele. O português é de Portugal, o aspecto, a
personalidade, é outra. Está atandacanhada. Porra, o
mundo é pequeno! É uma bola!. Não há dúvidas. Ela é a
dama. Marisa, heim! Quem diria ser aquela garina! Porra,
mas essa velha começa a olhar-me outra vez... A
incógnita faz-lhe cócegas, cócegas, CÓCEGAS! Vou dar o
fora. Que se lixe tudo! Não! Ela... ela me ama. O amor
perdoa. Mas que mal fiz eu?!... Pára de me olhar, dona,
pare!»...
A atenção de Zito não se podia dicotomizar. Na
verdade, era já indiferente a fosse o que fosse o que ali
se estivesse a falar. Só quando viu a mãe de Marisa a
tomar pela primeira vez a palavra, é que imediatamente
voltou a sua atenção ao que se passava na sala.
---- Bom, realmente vocês se escolheram, a minha filha
está grávida, e a nós como famílias, resta-nos apenas vos
unir. Se vão se dar bem ou não, o caso é convosco. Hoje
em dia só temos de vos olhar... Agora, se não é
indiscrição, quero pedir ao menino para me dizer só uma
coisa...
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