o economista

—— É!... Vucê chengaste só agora se não pundia ire
lhe combanhare caté no spitare...
Enquanto isso, os trabalhadores foram chegando, e
o Interino foi repetindo a cada um deles o mesmo disco
com a música única do internamento hospitalar do seu
primo-como-irmão. Todos eles ficaram tristes pelo facto e
foram fazendo já acertos para uma visita colectiva ao seu
chefe.
Das Fitas foi depois dando sequência ao seu
trabalho, com o pensamento a rondar à volta de mil-e-uma
nebulosas de coisas. Após ter enfitado, à muito custo,
duas cadeiras, achou por bem suspender o que vinha
fazendo. Ao seu lado os colegas iam conversando e
trabalhando.
—— O kota Kizua devia parar de pintar —— dizia o
Perneta, o lixador .
—— O problema é que a tinta exige muito leite. Um
gajo tem de papar bem e tomar sempre leite todos os dias.
—— disse o Dosolho, um dos enfitadores.
—— E a lata de leite-em-pó que custa mais de dez
dólares! Aí é que está a puíta! —— exclamou o man-Pinça,
ajudante de pintor —— Daqui há pouco também sou eu a ir
parar no Sanatório...
—— Mas ere també mbembe muito kaproto! —— interviu
o Interino —— e depoje fuma lá maje o tambaco!...
Momentos depois apareceu o camião que trazia o
cliente que havia encomendando os vinte-e-cinco jogos de
cadeiras com destino à Lunda-Norte.
Todo o mundo teve de suspender o trabalho para
ajudar no transporte das cadeiras do armazém da
serralharia do man-Pimas aí próximo, para o camião.
Dentro da cabina, com a assistência de Desolho, Das Fitas
ia fechando as contas com o cliente.
59