o economista

—— Pangare os renda, nojo estamojo pangare, ——
dizia mana Maria —— quaré a male antão que agente fiz?
—— Aqueres fírio ndela parece jimundele é que vai
ceitar morare aqui?! —— interrogava-se a segunda mulher.
Ante a indiferença das mulheres, Das Fitas ficou
um tanto admirado, mas dissimulou tudo isso para mostrar
que ele, sendo ainda um homem capaz, não estava
susceptibilizado nem se importando pelo logro e pela
desonestidade da dona Bia.
Enquanto tivesse mãos e pernas e saúde, sabia por
demais como fazer frente às intempéries do tempo e da
vida. Nem elas se importaram ou se sentiram magoadas,
porque razão havia de ser ele, um homem, a choramingar, a
ter que rebaixar-se ao senhorio de uma cabana de latas
―feto mbora tuto atoamente!‖ —— assim pensava ele.
E como prova de tudo, estava ali a sua casa de
dois quartos e uma sala, maiores que os da cabana da dona
Bia.
Todavia, com o passar dos dias, Das Fitas foi se
apercebendo que a clientela, sobretudo durante o dia,
tinha reduzido ainda mais. A preferência da clientela ia
mais para o kaporroto, alegando que assim era, em virtude
da estação de cacimbo que nessa altura estavam
atravessando. Mas essa desculpa era travada pelo epiglote
de Das Fitas, porquanto ele era da opinião, também
endossada pelo kota Pelargon, pelo Lúmpen, e pelo
Capriquito, embora considerasse que fossem talvez
endossos característico de aduladores e de chulos, de que
essa maré baixa de clientes, era devido ao golpe baixo de
marketing, principalmente no que tocava ao tratamento da
imagem e outros feitiços kamundongos, operados pela
―mbruxa nda ndona Bia‖.
—— Aquelas duas sulanas é que são as culpadas,
kota! —— dizia o Pelargon —— Só as kinamas, só os pacote,
kota, aquelas miúdas parece têm feitiço!...
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