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o economista

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—— Ser diferente, meus caros irmãos, é de qualquer<br />

modo, uma escolha, uma opção ainda não disponível no<br />

estado vigente das coisas. —— parecia concluir o<br />

Intelectual.<br />

—— Mas a dialéctica da vida diz que uma pinha não<br />

pode ficar muito tempo na garganta... —— dizia o<br />

Estudioso.<br />

—— Lá isso é verdade! —— apoiou o Intelectual.<br />

—— ... Ou tiramos a pinha, ou ela acaba<br />

apodrecendo aí mesmo! —— insistiu o Estudioso.<br />

—— Sim. Mas a depender da sua espessura, da sua<br />

consistência e da sua estrutura, ao apodrecer ela pode<br />

afectar o meio que a circunda, depauperando-o, fenecendoo<br />

até à morte. —— dizia o Intelectual —— Portanto, não se<br />

deve insistir em manter a pinha na garganta, ela pode<br />

levar-nos à morte, pode...<br />

O Lúmpen, que estava bem atento à conversa, talvez<br />

não estando a entender patavina do vocabulário ali<br />

versado, interrompeu:<br />

—— Os kotas não podiam falar assim mais<br />

abertamente, pra nós também entendermos?...<br />

—— Tens razão! —— atendeu o Intelectual —— Os<br />

discursos, a prosa e a poesia, às vezes dão muita volta,<br />

usam muitos dikindos, como se diz aqui no nosso calão,<br />

só para dizer que o Presidente é um déspota, é um<br />

ditador...<br />

—— E fazem isso para quê? Para ninguém entender? —<br />

— insistia o Lúmpen.<br />

—— Para poucos entenderem, ou se calhar mesmo<br />

ninguém.<br />

—— Mas, porquê?<br />

—— Bem o quê que te posso dizer... Fazem isso por<br />

muitas e variadas razões, mas geralmente é porque comem<br />

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