o economista

esses gajos pensam o quê?! Uma gaja também tem
necessidades, tem filhos, tem marido matakassumuna, tem
mãe para sustentar, temos de pagar mia do quarto onde se
fodemos, ou pensam que é de favor? E ainda por cima,
aparecem aqui esses filhos das putas dos comandos e dos
polícias a quererem foder só de favor! Quem tem cuiudo,
tesão dele a mais, que vá foder o governo, porra!
Distraídas e buamadas com o que viam e escutavam,
nenhuma das kimbetas de Das Fitas deu pela saída
sorrateira da compradora que havia ficado com elas. Ao
repararem no lugar aonde aquela se sentara, patavina de
compradora lá viram, e muito espantadas dirigiram-se logo
ao quarto para onde a primeira entrara com os garrafões,
mas não encontraram lá vivalma.
Reparando bem, descobriram que mais ao fundo do
quarto uma das chapas encontrava-se solta, e abrindo-a
depararam-se com o mesmo beco que ia dar à porta por onde
haviam entrado.
—— Agora é que nos burlaram muito bem! —— disse a
mana Maria em alto e bom songo.
—— Eu estava mesmo a desconfiar dessas duas! Não
sei como foi também que nos distraímos... —— dizia a mana
Anita.
Saíram para o beco, entraram novamente para o
quintal, indo para o fundo junto do rapaz que estava
atendendo as bebidas. Talvez tendo já percebido o que
estava acontecendo com as duas kimbetas, o rapaz esboçou
logo um sorriso algo jocoso ao ver a aproximação delas.
—— O que é que se passa, mamãs? ——antecedeu-se
ele, com a cara cheia de sorrisos.
—— Aqueres nduas mana que levaram nosso kapuka,
num estamo lhes ver... —— informava a mana Anita.
—— Ha, ha, ha! —— ria o rapaz —— O quê?! Aquelas
duas que vieram convosco?! ... Ha, ha, ha!
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