o economista

A maior parte delas, sobretudo as mais jovens,
tendo atirado um punhado de terra ao buraco, como que a
dizer «tchau, tchau», punha-se logo a desandar dali, a
fugirem em direcção às viaturas, como se tivessem medo
que o morto ressuscitasse e fosse logo lhes inviabilizar
a festança e a bebedeira subsequentes aos funerais dos
dias modernos.
Das Fitas sentiu o peso de sustentar e de chefiar
praticamente quatro famílias, e resolveu que dali em
diante, ele próprio já na qualidade de responsável-chefe
da tenda, teria de dar tudo de si, para levar a empresa a
bom porto.
Pela experiência já então adquirida, pôde sem
receio e sem tremelicar, virar o ―p‖ de patrão e de
parlapatão, à ―d‖ de dono e de democrata, para que não só
ele, mas todos os que ali trabalhavam, se sentissem donos
da tenda, donos da mesma causa, donos dos lucros e dos
prejuízos. O trabalho foi sendo mais eficiente, com menos
desperdícios e maior rentabilidade.
A vida pessoal de cada um dos membros da tenda foi
mudando. Das Fitas promoveu a interacção entre os membros
de todas as famílias de cada membro da tenda e
paulatinamente todos foram se sentindo como irmãos,
amigos, parentes, visitando-se mutuamente, indo cada um à
festa do outro, ao óbito do outro, sem constrangimentos
ou embaraço algum de motivação hierárquica ou por motivo
de quaisquer outros preconceitos.
Com o aumento da produção, Dosolho ficou
encarregado por um posto de vendas aberto no mercado do
Roque Santeiro. Man-Pinças foi substituído pelo filho
primogénito do falecido man-Kizua, e promovido para
acompanhante de carga e responsável de vendas no mercado
da Xauânde, em Malange. Chiquito, o primogénito de Das
Fitas, foi colocado no posto de enfitador e o pai
acumulou o cargo que já tinha ao de cortador de fitas.
A falta de fitas para cadeiras fez com que as
mangueiras para rega, feitas de plástico e rasgadas em
tiras, fosse a alternativa para prosseguirem com a
produção de cadeiras.
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