o economista
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escândalos dizendo a Zito que não eram nada «finas»,<br />
nem tão-pouco «da Baixa».<br />
Um homem não entende a linguagem das formigas, nem<br />
a dos macacos; nem tem por que se rir escandalosamente<br />
das suas brincadeiras.<br />
No auge da densidade cómica de uma sequência, as<br />
moças a rirem, a berrarem, vacilaram e …Tomas! Tomas! A<br />
quererem bater-se, bateram naquele rapaz fechado e<br />
mudo. Estaria cego ou doente?<br />
---- Oh, pá! Desculpe..--- disse uma delas.<br />
Para o espanto das moças, Zito respondeu às duas<br />
palmadas com uma grande gargalhada de lhes colocar dali<br />
por diante no mundo dos macacos. E foram conversando<br />
naturalmente ao longo do filme. Ao intervalo as moças<br />
convidaram-lhe a tomar um sumo. Aceitou. Estava feita a<br />
amizade.<br />
Quando o filme terminou, os três seguiram juntos<br />
até à saída. Antes de se despedirem, ele perguntou:<br />
---- Moram longe daqui?<br />
---- Nem tanto.--- disse uma.<br />
---- na Boavista.--- disse a outra.<br />
Amanhã estava linda. Da janela via-se passar bandos<br />
de cegonhas lá no céu. Não muito longe, era o mar, o<br />
imenso mar, de onde vinha aquela brisa suave, a<br />
envolver todos os corpos que ali trabalhavam, o bater<br />
de máquinas dactilógrafas, e o barulho de vozes<br />
humanas.<br />
---- Viemos todo o caminho a conversar sobre o<br />
filme, sobre nós; são simpáticas as tipas. ---- contava<br />
Zito ---- Mostraram-me a casa delas...<br />
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