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o economista

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Todos os que acompanhavam a conversa puseram-se a<br />

rir. O marujo prosseguiu:<br />

—— Há muito segredo no alto-mar. Há pirataria, há<br />

tráfico, há guerra...<br />

outro.<br />

—— E a fiscalização das Pescas? —— interrompeu um<br />

—— Qual é o fiscal que não gosta de dinheiro?<br />

Quanto é que o estado paga a um fiscal?...<br />

Eram muitos os temas e os assuntos que os clientes<br />

abordavam lá no quintal. Das Fitas, às vezes, enquanto<br />

trabalhava, também ia pondo aqui e ali uma colher da sua<br />

opinião em cada conversa. Pegando uma deixa da conversa<br />

que decorria num dos grupos, noutro canto um dos clientes<br />

dizia:<br />

—— Essa do peixe vendido, faz-me lembrar aquela<br />

cena do ministro que tinha ido à União Soviética para<br />

assinar um contrato de pesca de dois anos. Antes da<br />

assinatura, os soviéticos lhe espetaram a ele e a toda a<br />

camarilha que lhe acompanhava bué de vodka, que nem viram<br />

como lhes espetaram mais um zero atrás do dois e o<br />

contrato acabou por ser de vinte anos! E ainda por cima<br />

bateram palmas!<br />

Todos meteram-se a rir.<br />

—— Por isso é que essa tal de expedição conjunta<br />

nunca mais acaba! —— acrescentou um outro cliente.<br />

—— Nem a expedição, nem a impedição de comermos o<br />

nosso bom cachucho, o nosso bom pungo. Nos dão a merda de<br />

peixe espada sem cabeça, toda lambuzada e depois de<br />

congelarem enviam para aqui pro zé-povito. Filhos das<br />

putas! —— acrescentava ainda um outro cliente.<br />

Metidas no meio do mercado, as duas mulheres de<br />

Das Fitas, tiveram ainda de ver passar muito avião no<br />

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