o economista
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punha-se logo de pé, e meia hora depois lá estava ele<br />
rumando ao serviço.<br />
Aqui, só se o relógio-marcador estivesse zangado, é<br />
que não picava o cartão mais picado de todos que a<br />
empresa ostentava. Respeitava tanto os seus chefes, como<br />
os seus subordinados, sendo que igual respeito lhe era<br />
retribuído.<br />
Isso e mais, era o que tinha de reputado.<br />
Consequentemente, foi sem hesitações nem cepticismos que<br />
a Comissão Sindical e a Célula do Partido na empresa,<br />
decidiram atribuí-lo o mérito de trabalhador mais<br />
destacado, por mais de uma vez.<br />
Mas isso ainda era insuficiente. O que tanto almejava<br />
era muito mais que essas ventoinhas e ventonhocas, que<br />
nem ―matando‖ dava para comprar o seu sonho de todos os<br />
tempos. Não queria, nem geleiras, nem televisores, nem<br />
televi nada. Queria era..<br />
Não precisava memorizar.<br />
Passados alguns dias, a missiva pejada de erudição<br />
erudita, incluso o último, dos mil-e-um elogios, em que<br />
deixava ao Camarada Director os seus protestos de mais<br />
Alta Estima e Consideração, voltou ás suas mãos, toda ela<br />
grávida de rubricas, deferida pelo Camarada Director<br />
Geral.<br />
Só se fosse sexta-feira e houvesse vinho no<br />
refeitório!...<br />
Mas em casa é que bastando ver a mulher, não pode<br />
conter a monumentalidade da sua satisfação:<br />
---- Marisa! Marisa!<br />
---- É o quê? Já estás bêbado, né? ---- respondia a<br />
mulher saindo do quarto.<br />
---- Marisa, realmente estou bêbado, filha! Desta vez<br />
é que podemos dizer de boca cheia: adeus miséria!<br />
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