o economista
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A manhã estava já aberta ao sol. Depois de tanto<br />
andarem lado a lado calados, Zito rompeu o mutismo.<br />
---- Juca, a tua mulher não é como você…<br />
---- Não é como eu?! ---- interrogou Juca, pasmado<br />
pela súbita afirmação do colega.---- … Isso é normal!<br />
---- Neste mundo então, devemos nos ajudar uns aos<br />
outros. Os mais velhos já diziam: ku dibana, ku<br />
dibakessa… Hoje és tu, amanhã é o outro…<br />
---- Isso é!---- concordava Juca---- Mas, não deves<br />
ligar. As mulheres quando estão grávidas ficam sempre<br />
rabugentas… Mas ela gosta de ti…<br />
---- Ai é?!---- admirava-se Zito.---- Possa, nem<br />
parece, Juca. Verdade mesmo?!…<br />
---- É verdade!… Só que ela é de momentos. Fica<br />
parece tem kalundús. Eu só é que lhe entendo…<br />
Encontravam-se já em pleno fulcro da cidade.<br />
Gradualmente a agitação dos carros, das buzinas, da<br />
fumaça, e dos transeuntes, ia aumentando. À essa hora, já<br />
o sol se havia disposto melhor, pintando a manhã numa<br />
bonita cor-de-rosa.<br />
No serviço, alguns colegas foram saudar Juca e lhe<br />
confirmar que no dia anterior Zito estivera muito<br />
desanimado, o mesmo acontecendo com todos da sua secção.<br />
Era mais um ponto para Zito. E sem mais cantigas, para<br />
evitar que o negro do patrão aparecesse por lá a finar-se<br />
em branco, trazendo a espada de estar indulgentemente a<br />
pagar cinco mil escudos mensais à categoria de ajudante<br />
de mecânico, depressa puseram-se a trabalhar.<br />
Agora sim, podiam falar, molengar, gritar, pular,<br />
fazer tudo que não fosse diminuir a mais valia àquele<br />
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