o economista
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―----Abre lá mazê a porta, sua malanginha de merda!‖.<br />
Sou eu! Zito! Abre só a porta, comadre! Ai, meu Deus!…<br />
A mulher, vindo para abrir a porta, e estando já à<br />
meio do quintal, quando soube que era o seu ―compadre‖,<br />
rebentou uma tamanha fava repleta de muxoxos de<br />
estarrecer os ouvidos mais surdos do mundo, mas<br />
inofensivos aos de Zito.<br />
Muito chateada, deu meia-volta, voltando para junto<br />
do marido.<br />
----É outra vez o teu colega.---- queixou-se, não sem<br />
terminar com mais um muxoxo.<br />
À nova batida, veio o colega abrir.<br />
---- É pá Juca, já viram o meu azar???!----<br />
perguntava, quase empurrando o colega à sua frente.<br />
----Mas qual é então o teu azar, ainda há bocado que<br />
saíste daqui?<br />
---- O quêêê??! Vamos ainda lá dentro pra te contar<br />
como se passou. Iam matar-me nos bandidos! Aqui afinal é<br />
assim??!…<br />
---- Mas é verdade mesmo?!---- interrogava, Juca.<br />
----Juro mesmo sangue de Cristo! Até já nem tenho só<br />
força de andar, me arranjam só já um cantinho pra eu<br />
descansar. Afinal, aqui há bandidos?…<br />
No meio do silêncio da noite, apenas ouvia-se a<br />
conversa dos dois colegas, de pé no quintal, misturada<br />
com estalos de muxoxo de mulher megera, a emanarem-se da<br />
capital da casa. Lá dentro, de ouvidos bem grudados à<br />
conversa, a mulher era uma máquina de muxoxos.<br />
Acabaram os dois amigos por entrar, e ao se lhe<br />
deparar a mesa, mesa posta, comida, pratos, talheres e<br />
tudo, Zito fez tudo para não reparar nela. Mas tudo era<br />
em vão.<br />
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