o economista

Juca compreendeu a situação do outro, e disse-lhe que
a liquidação da dívida podia ficar para o mês seguinte…
―Sem falta!‖
À tarde, o clima de trabalho na oficina, estava no
auge do agradável, porém, sem aquelas passeatas de uns à
secção dos outros, porque… ai, se o pagador passasse!…
Todo mundo recebeu o seu salário, e à hora da saída,
quase todo ele foi ter com Zito. Zito, que no final de
todos os meses tinha sempre óbitos, muitas rendas
atrasadas por pagar, enfim… ―ku dibana, ku dibakessa, não
se preocupem, sou um homem de palavra…‖
Para a grande surpresa de Juca, Zito que morava no
Catambor, mas que não havia dia que não passasse pela
casa do colega, ali na Corimba, quer quando fosse ao
serviço, como quando de lá voltasse, nessa tarde não quis
saber nem de Juca, nem de companhias de Juca, nem de
jantares, nem de nada! Resolveu despedir-se do colega à
dado passo do caminho, e evaporou-se em direcção ao seu
cubículo.
---- Mas, como é?! Tens algum problema ou quê?----
interrogou Juca, admirado pela súbita decisão do colega.
---- Não há problema nenhum. Tenho de passar na
Calemba, pagar as rendas! Então, não é lá que mora a
bruxa da dona da casa?…
Era a última vez que se despediam. À dona da casa,
não precisava despedir-se…
Chateado como tão constantemente era, tanto no bairro
onde morava, pelas dívidas sem fim que contraía aos
vizinhos, aos amigos de pouca ou nenhuma intimidade; os
empréstimos sem devolução que suplicava à todos, tal como
na oficina, onde os colegas confiavam-lhe algumas peças
de auto para ele Zito, o mais habilidoso, vendê-las cá
fora, sem disso receberem mais do que desculpas de não
ter ainda podido despachar as peças por kapuete,
kabolokosso e kamundanda, Zito só encontraria paz e
sossego, num mundo bastante afastado daqueles e dos
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