o economista

dia seguinte nenhuma ficasse com kikoto, com despeito da
outra. E, de manhã cedinho, lá foram as duas kimbetas
super alegres para o mercado do Tunga comprar bombó para
fritarem na rua do Rei, sob o olhar sempre silencioso do
marido.
Passadas algumas semanas, vendo que o negócio do
bombó frito ia de vento em popa, sem qualquer razão de
queixa no relacionamento com as suas mulheres, nem no que
havia entre ambas, tendo reunido os membros do Conselho
Consultivo da sua família, o marido deliberou, usando da
faculdade que lhe conferiam todas as linhas do direito e
do torto de ele próprio sustenta-la, passar a vender
kimbombo e kaporroto aí mesmo em casa.
Quando o primeiro cliente deu entrada ao quintal
de Das Fitas, este ficou bastante condoído com o aspecto
físico do homem. Alto e estreito, tinha uns olhos muito
encarnados, os gestos demorados de um ressacado que bebeu
em demasia no dia anterior, as vestes amarrotadas e meio
sujas, e umas sapatilhas 4x4 enlameadas e rebentadas nos
bicos.
Das Fitas quase se arrependera por ter montado o
negócio, mas para que não se arrependesse ainda mais,
quando depois a fome e outras necessidades lhe haveriam
de apertar nos colarinhos, tratou de engavetar os seus
sentimentalismos e foi imediatamente atender o cliente,
logo seguido por mais três, afinal todos amigos e cada um
parecido com o outro, tendo o primeiro pedido um pouco de
kimbombo, para provar, ao que se seguiu a reserva de
quatro católicos garrafões.
—— Esta kissara é que está fixe!—— exclamou um
deles.—— A daquela mbôa Madó, está parece que meteram lá
lipa.
—— Quem? Da Madó?—— interrogava um outro. ——
Aquela bruxa, puta de merda, kissara do primeiro dia fica
parece que já tem uma semana!?
—— É mesmo! Põem lá lipa! —— asseverava ainda um
outro. —— Compram Vallium para pôr nos bidões, uma neca
só um gajo fica já bem tonado, onde é que já se viu?...
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