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o economista

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---- Vamos!, hoje tenho que conhecer a tua casa.<br />

Desde há tanto tempo, as sapatilhas não são estas que até<br />

estão já todas rotas?…<br />

Em crescendo ia a exaltação dos ânimos do outro, e<br />

para evitar a curiosidade das pessoas à volta dos dois,<br />

Zito decidiu levar o amigo a conhecer a sua casa.<br />

A tarde paulatinamente ia dando lugar à noite.<br />

Meteram-se pelo interior do bairro, e enquanto andavam,<br />

Zito afinal, ia equacionando o modo de safar-se daquele<br />

inoportuno amigo.<br />

Levava-o na mais sambila área de becos que conhecera<br />

logo que fora lá morar, e não demorou a se lhe deparar a<br />

incógnita. O dia, já então estava mais para o lado da<br />

noite que do da tarde. Chegaram num entroncamento de<br />

becos e… zás! Mais uma vítima acabava de ser<br />

electrocutada pela massa cinzenta de Zito.<br />

O amigo, estrangeiro naquelas bandas, preocupado com<br />

as horas, ia à frente de Zito, quem naquele momento<br />

emulava a passada de tartaruga. Contudo, para certificarse<br />

da presença deste, ia fazendo todo o tipo de perguntas<br />

que lhe apetecesse.<br />

----Ó Zito, tás a te lembrar do Gama?…<br />

Nessa altura, entretanto, já Zito se havia<br />

esguedelhado para um outro beco. Como não tivesse obtido<br />

resposta, o amigo virou-se imediatamente para trás. Mas<br />

toda a rapidez era nenhuma. Tentou ainda seguir as marcas<br />

das suas sapatilhas de Zito, mas feliz e infelizmente já<br />

por lá reinava a escuridão, e todos os esforços foram em<br />

vão. E pensando que ―monte e monte nunca se encontram,<br />

mas pessoa e pessoa, um dia encontrar-se-ão‖… voltou<br />

embora.<br />

Nessa noite, Zito meditou bastante. Não tinha razões<br />

de queixa quanto à vida. Quem estava constantemente a<br />

queixar-se eram os clientes, os ajudantes dele, o<br />

senhorio. Quem sempre chateava os outros, eram os outros<br />

nele. Não pedia nada a ninguém, porque pedindo, ele<br />

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