17.04.2013 Views

Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...

Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...

Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

5 RESULTADOS<br />

5.1 Políticas Públicas Brasileiras no combate à “lepra”<br />

"A lepra entre nós, está a merecer cuidados especiais (...) a<br />

falta <strong>de</strong> profilaxia específica não é razão bastante para que<br />

fiquemos a moda dos muçulmanos: braços cruzados diante do<br />

flagelo que, aos poucos, se expan<strong>de</strong> e se alastra. O que é<br />

positivo é que a moléstia se transmite. O como não o sabemos.<br />

Mas o leproso é, ao menos, um dos <strong>de</strong>pósitos dos vírus. Isto<br />

está provado. Daí a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> isolá-lo da comunida<strong>de</strong>".<br />

(Oswaldo Cruz In: MACIEL 2007. p.26)<br />

A hanseníase teve vários sinônimos no Brasil, como morféia, “lepra”, elefantíase-dos-gregos,<br />

e o hanseniano era pejorativamente chamado <strong>de</strong> lazarento, “leproso” ou morfético (SANTOS,<br />

2003)<br />

Segundo DUCATTI (2009), a processualida<strong>de</strong> do combate à doença oriunda da Antiguida<strong>de</strong><br />

Clássica mostra que a “lepra” fora instalada no Brasil via colonizador europeu, especialmente<br />

o português (MONTEIRO, 1995). CARVALHO (2006) e MAURANO (1950) <strong>de</strong>monstram<br />

que, antes da chegada dos portugueses ao Brasil, e <strong>de</strong> espanhóis à América espanhola, não<br />

havia relato da doença e que sua introdução foi registrada em cerâmicas Colombianas, além<br />

dos dialetos locais. Há registro da existência da “lepra” no Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1600, no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro (AGRICOLA, 1960; SOUZA-ARAUJO, 1937).<br />

AGRÍCOLA (1960) atribui a primeira experiência <strong>de</strong> isolamento no Brasil à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Salvador, Bahia, em 1640, no Campo dos Lázaros, obra da Igreja Católica. A primeira<br />

tentativa <strong>de</strong> se fundar um Leprosárío (Barão <strong>de</strong> Porto Seguro) ocorreu no Rio <strong>de</strong> Janeiro entre<br />

1618-1632, no Governo <strong>de</strong> Martim Correia <strong>de</strong> Sá (1575-1631). Em 1637 e em 1697 o<br />

Conselho Municipal reclamou ao Rei <strong>de</strong> Portugal medidas <strong>de</strong> combate “contra o flagelo”<br />

(SOUZA-ARAÚJO, 1954) e a partir <strong>de</strong> 1698 houve seguidas tentativas junto a Coroa<br />

Portuguesa <strong>de</strong> se fundar um leprosário na cida<strong>de</strong>, fato que só ocorreria em 1741<br />

(AGRÍCOLA, 1960).<br />

O Asilo <strong>de</strong> Lázaros no Recife foi inaugurado pelo Padre Antônio Manuel em 1714,<br />

administrado pela Igreja, e se tornou o Hospital <strong>de</strong> Lázaros em 1789, administrado pela Santa<br />

Casa <strong>de</strong> Misericórdia, sendo <strong>de</strong>sativado somente em 1941, <strong>de</strong>vido à inauguração da Colónia<br />

<strong>de</strong> Mirueira, Leprosário fe<strong>de</strong>ral pernambucano. O Hospital dos Lázaros baiano foi inaugurado<br />

pelo governador e capitão-geral da Bahia Dom Rodrigo <strong>de</strong> Meneses (1750-1807) em 1789<br />

101

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!