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Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...

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“uma estrutura estatal e uma burocracia com razoável capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuação autônoma sobre<br />

o território nacional”. As <strong>políticas</strong> <strong>públicas</strong> implantadas teriam alcance nacional, através <strong>de</strong><br />

programas <strong>de</strong> combate a en<strong>de</strong>mias, mantendo as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas previamente, mas em<br />

condições mais favoráveis <strong>de</strong>vido às práticas centralizadoras, com ações que supostamente<br />

atingiriam amplos setores da socieda<strong>de</strong> anteriormente excluídos. Seu governo priorizou<br />

também a integração do ‘interior’ como forma <strong>de</strong> consolidar o Estado, além do controle da<br />

socieda<strong>de</strong>, sua mo<strong>de</strong>rnização e industrialização, e a consolidação das leis trabalhistas<br />

(SANTOS, 2006a).<br />

A partir <strong>de</strong> Vargas, havia uma <strong>de</strong>manda crescente <strong>de</strong> mais mudanças sanitárias nas cida<strong>de</strong>s,<br />

sendo uma <strong>de</strong>las a resolução das en<strong>de</strong>mias graves. Seria criado o Departamento <strong>de</strong> Profilaxia<br />

da Lepra (DPL), no qual foi traçado um plano <strong>de</strong> combate inicialmente baseado mais no<br />

tratamento ambulatorial <strong>de</strong> doença e menos no isolamento hospitalar, algo muito combatido<br />

pelos isolacionistas. DUCATTI (2009) é categórico em afirmar que a posição do<br />

isolacionistas serviu <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para a saú<strong>de</strong> pública, “sendo a eugenia, como pseudociência,<br />

uma gran<strong>de</strong> contribuidora para o pensamento atuante <strong>de</strong>sse período”. Segundo SANTOS<br />

(2003):<br />

“O objetivo do governo Vargas era <strong>de</strong>belar completamente a lepra no<br />

país. Embora diversos estudos, como Schwartzman (1983), afirmem<br />

que o combate à lepra no Brasil começou a ser implantado somente a<br />

partir do governo Getúlio Vargas (1930-45) e do período <strong>de</strong> Capanema<br />

(1934-45) no ministério, verificou-se que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XVIII já havia<br />

sítios apropriados para abrigar os morféticos. No período imperial e na<br />

Primeira República, houve ações <strong>públicas</strong> que atestam a existência <strong>de</strong><br />

medidas relativas ao tratamento da lepra no país.”<br />

Em 1931, havia 14 Leprosários em funcionamento no Brasil, sendo 2 fe<strong>de</strong>rais, 6 estaduais e 6<br />

particulares 40 (SANTOS, 2006a; CUNHA, 2005). Já nos primeiros anos houve crescimento<br />

do número <strong>de</strong> leprosários, mas o total <strong>de</strong> doentes crescia em várias regiões do país, sendo<br />

necessários mais Leprosários, e os Estados argumentavam que não tinham recursos para a sua<br />

construção. Entre 1930 e 1935 a “lepra” ainda não tinha um papel <strong>de</strong>stacado nas <strong>políticas</strong> <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Pública, especialmente no regulamento sanitário <strong>de</strong> 1923, e mesmo no regulamento <strong>de</strong><br />

1935 a doença era “apenas um serviço <strong>de</strong>ntre vários” (MACIEL, 2007). CUNHA (2005)<br />

classifica <strong>de</strong> “tímida” a atuação dos serviços <strong>de</strong> combate a “lepra” no governo transitório,<br />

Pública que, menos <strong>de</strong> um ano após a sua criação, foi transformado em Diretoria <strong>de</strong> Assistência Hospitalar. Mais<br />

tar<strong>de</strong>, essa diretoria foi suprimida, e os hospitais que <strong>de</strong>la faziam parte foram subordinados diretamente ao<br />

Departamento Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública (DNSP) já existente (CUNHA 2005)<br />

40 . Esse total incluía 5 hospitais (Distrito Fe<strong>de</strong>ral, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e Mato Grosso), 1 hospitalcolônia<br />

no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, 1 asilo-colônia em São Paulo, 3 colônias (Pará, Paraná e Rio Gran<strong>de</strong> do Norte) e 4<br />

asilos (Acre, Pará, Maranhão e Ceará) (SANTOS 2006).<br />

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