Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...
Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...
Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O ato <strong>de</strong> cuidar está relacionado a adoecimento e aumento da mortalida<strong>de</strong>. SCHULZ &<br />
BEACH (1999) estudaram o risco <strong>de</strong> morte entre 392 cuidadores idosos por quatro anos e<br />
meio, em estudo populacional prospectivo, encontrando maior risco <strong>de</strong> morte entre os<br />
cuidadores que assistiam seus/suas esposos/as <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e que se sentiam sobrecarregados<br />
pelos cuidados administrados. “Este risco <strong>de</strong> morte, após ajuste dos fatores sócio<strong>de</strong>mográficos<br />
e do status <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física dos cuidadores (doenças prevalentes e doenças<br />
subclínicas), foi 63% maior entre os cuidadores <strong>de</strong> esposos (as) com <strong>de</strong>pendência”. O cuidado<br />
foi um fator <strong>de</strong> risco in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> morte para o cuidador idoso, sendo este estudo<br />
apontado como um marco por ser o primeiro a sinalizar para uma tendência <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> morte<br />
com a ati<strong>vida</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidador.<br />
FLORIANI & SCHRAMM (2006) revisaram a literatura acerca do cuidador do idoso com<br />
câncer, concluindo que há uma sobrecarga significativa, com situações potencialmente<br />
estressoras e ameaçadoras às suas condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
PROOT et al (2005), analisando os relatos <strong>de</strong> 13 cuidadores <strong>de</strong> pacientes em cuidados<br />
paliativos terminais, encontraram, como achado nuclear, a “vulnerabilida<strong>de</strong>” <strong>de</strong>stes<br />
cuidadores. Os autores compreendiam por “vulnerabilida<strong>de</strong>” uma situação que os colocava<br />
em risco <strong>de</strong> adoecimento por fadiga grave, e que esta “vulnerabilida<strong>de</strong>” era acentuada com a<br />
sobrecarga e restrição impostas pelas ati<strong>vida</strong><strong>de</strong>s diárias; com o medo, a solidão, a<br />
insegurança, o confronto com a morte e a perda <strong>de</strong> suporte da família e da equipe <strong>de</strong><br />
atendimento domiciliar.<br />
O cuidado em tempo prolongado exige exposição constante dos cuidadores a riscos <strong>de</strong><br />
adoecimento, pois principalmente aqueles que são cuidadores únicos assumem total<br />
responsabilida<strong>de</strong>, e com isso estão sempre sobrecarregados. (GONÇALVES et al. 2006).<br />
AMENDOLA et al. (2008), utilizando o WHOQoL, apontaram piores escores <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Vida <strong>de</strong> cuidadores domiciliares familiares <strong>de</strong> pacientes com <strong>de</strong>pendência.<br />
O burnout é uma síndrome que atinge o cuidador, manifesta por “sintomas funcionais,<br />
psíquicos e comportamentais, tais como irritabilida<strong>de</strong>, fadiga intensa, exaustão, cefaléia,<br />
distúrbios do sono, <strong>de</strong>pressão, irritabilida<strong>de</strong>, postura crítica e pressa em realizar as<br />
ati<strong>vida</strong><strong>de</strong>s”. (FLORIANI & SCHRAMM, 2006; PENSON et al, 2000). O termo foi cunhado<br />
58