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Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...

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quando a corrente’ for remo<strong>vida</strong> tornar-se-ão possíveis o tratamento e a<br />

prevenção na escala <strong>de</strong>sejada 64 ” (ROTBERG, 1977a)<br />

Ainda segundo ROTBERG (1977a):<br />

“Não há originalida<strong>de</strong> no processo. Descartar nomes <strong>de</strong>smoralizados e procurar<br />

<strong>de</strong>signações mais a<strong>de</strong>quadas para melhorar a ‘imagem’ <strong>de</strong> qualquer coisa, <strong>de</strong><br />

objetos a abstrações, é técnica normal, aprovada e velhíssima, constantemente<br />

aplicada em todos os ramos da ati<strong>vida</strong><strong>de</strong> humana. Em medicina, um dos<br />

exemplos mais recentes é o da Liga <strong>de</strong> Nova York, para os <strong>de</strong>ficientes da<br />

audição, adotando novo termo para substituir ‘surdo’, já que este adquiriu<br />

conotações <strong>de</strong>sagradáveis nos E.U.A. Na Holanda, o termo ‘Gehandicapten’<br />

está substituindo ‘Inválidos’. Não há motivo para que os países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento também não possam introduzir alterações terminológicas<br />

semelhantes.”<br />

O termo “leprostigma” foi cunhado por Rotberg, para se referir às dificulda<strong>de</strong>s que a<br />

nomenclatura da doença impunham ao tratamento. Ele consultou os próprios pacientes no<br />

Sanatório Padre Bento, na Colônia Santo Angelo e nos ambulatórios e usou o Lions e Rotary<br />

Club, para campanhas <strong>de</strong> esclarecimento. No Congresso Nacional <strong>de</strong> Bergen 1974, lutou pela<br />

mudança da terminologia, que entretanto foi adotada como uma recomendação facultativa<br />

(MACIEL, 2007). As dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma mudança mundial do termo “leprosy” ou “lepré”<br />

no Mundo, pelas quais lutou, muitas vezes esteve apoiada na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se manter as<br />

fontes <strong>de</strong> “carida<strong>de</strong>” dos que ainda lidavam com a doença, especialmente as Revistas<br />

Internacionais e Entida<strong>de</strong>s européias (ROTBERG, 1977b). A proposta <strong>de</strong> Rotberg para mudar<br />

o nome da doença procurou sobretudo atingir a conceituação popular, e tinha como base o<br />

fracasso do tratamento ambulatorial a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> todo o otimismo dos leprologistas. A fase<br />

II iniciada por Orestes Diniz “não terá resultado algum - enquanto se continuam dissipando<br />

recursos em tentativas inúteis <strong>de</strong> educar sobre ‘lepra’ ou qualquer outro termo <strong>de</strong>gradante<br />

equivalente”. (ROTBERG 1977a). As sulfonas e outras drogas só serviriam para a prevenção,<br />

se os pacientes e contactantes comparecessem ao ambulatório:<br />

“A gran<strong>de</strong> maioria continua sem tratamento e sem exames. A "Morte Civil" é<br />

tão inevitável hoje como na Ida<strong>de</strong> Média. Este é exatamente o ponto em que<br />

nos achamos: sulfonas baratas e facilmente fabricadas, úteis, até certo ponto,<br />

principalmente em casos iniciais, se amontoam nas prateleiras, pois que<br />

cobramos o preço mais exorbitante e proibitivo jamais cobrado por um remédio<br />

— a <strong>de</strong>gradação social e o colapso econômico.” (ROTBERG, 1976, p. 101)<br />

CURI (2002) aponta que o abandono do isolamento como medida profilática em 1976 incidiu<br />

somente sobre os novos casos surgidos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sta data. Os antigos internos dos asilos-<br />

64 A este respeito, ver KERR. Social factors operating against effective leprosy control in the highlands of Papua<br />

New Guinea. Hansen. Int., 3(1):83-86, 1978. Disponível em<br />

[http://www.ilsl.br/revista/in<strong>de</strong>x.php/hi/article/viewFile/668/640]<br />

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