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Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...

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“sem nenhum auxílio da Coroa” e <strong>de</strong>sativado somente em 1947 (MACIEL, 2007;<br />

AGRÍCOLA, 1960; SOUZA-ARAÚJO, 1954).<br />

No Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1739, com o número elevado <strong>de</strong> “leprosos”, o Conselho Municipal e os<br />

médicos da cida<strong>de</strong> elaboram uma carta <strong>de</strong> apelo a Dom João V (1689-1750) em Portugal; em<br />

1740 a 1 a conferência médica indicaria as medidas profiláticas a serem executadas, e no ano<br />

seguinte a comissão médica da Corte <strong>de</strong> Lisboa, especialmente <strong>de</strong>signada, entregou o<br />

Regulamento <strong>de</strong> Profilaxia da Lepra para o Rio <strong>de</strong> Janeiro originando o asilo que se tornaria o<br />

Hospital Frei António (SOUZA-ARAÚJO, 1954). A doença já havia se alastrado, e Portugal<br />

reconhecia que a importância econômica do su<strong>de</strong>ste tornava inaceitável tal epi<strong>de</strong>mia<br />

(SANTOS, 2006a). Em 1763, o “Santíssimo Sacramento da Freguesia <strong>de</strong> Nossa Senhora da<br />

Can<strong>de</strong>lária” assumiu a administração do Leprosário do Rio <strong>de</strong> Janeiro, com verba do<br />

Ministério da Fazenda, o que evi<strong>de</strong>ncia alguma participação do Estado nas ações <strong>de</strong> combate<br />

à lepra. (SANTOS, 2006a). A facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação da doença atraía a atenção dos<br />

administradores, e assim uma proprieda<strong>de</strong> em São Cristóvão – confiscada em 1759 dos<br />

jesuítas – tornou-se um hospital permanente para os portadores <strong>de</strong> hanseníase em 1766, sob<br />

proprieda<strong>de</strong> da Coroa. O hospital sobreviveu <strong>de</strong> impostos, donativos <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, e da venda<br />

<strong>de</strong> frutas, verduras e carne bovina, cultivados no terreno da instituição até 1807. Os recursos<br />

eram insuficientes e o hospital <strong>de</strong>sconfortável para os pacientes. Com a vinda da Coroa para<br />

o Brasil, os leprosos foram mudados para a Ilha <strong>de</strong> Bom Jesus, e <strong>de</strong>pois novamente para São<br />

Cristóvão. (DUCATTI, 2009)<br />

Em 1880 foram inaugurados, no “Imperial Hospital dos Lázaros do Rio <strong>de</strong> Janeiro”, os<br />

retratos <strong>de</strong> Dom Frei Antônio do Desterro e do Vice-rei Con<strong>de</strong> da Cunha, época em que foi<br />

gravado no pórtico daquele edifício, no vitral, com letras <strong>de</strong> fogo, a sentença da porta do<br />

inferno <strong>de</strong> Dante Alighieri: “Deixe fora toda a esperança”. Dom Pedro II, imperador do<br />

Brasil, quando realizava uma visita àquela instituição, supostamente em 1881, <strong>de</strong>terminou sua<br />

substituição por uma outra frase mais humanitária: “Aqui renasce a esperança” (CURI, 2002).<br />

Em São Paulo, em 1805, foi criado também pela Santa Casa o Hospital dos Morféticos e, no<br />

ano seguinte, sob a direção do Padre Bento Pacheco Dias, “apóstolo dos leprosos do Brasil”,<br />

outro hospital foi inaugurado em Itu, que se tornaria a Colônia <strong>de</strong> Pirapitingui. Outra<br />

instituição localizava-se em Belém, on<strong>de</strong> a Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia inaugurou em 1815 o<br />

Leprosário Hospício dos Lázaros, que atendia a toda a região Norte e funcionou até 1938. Em<br />

1816 foi fundado em Mato Grosso, o Hospital São João dos Lázaros por iniciativa <strong>de</strong> do<br />

Capitão-General Oeynhausen. Destes hospitais, os da Bahia. Minas Gerais e Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

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