Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...
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comunicantes, a “boa reputação” do hospital e a propaganda sanitária, as formas L2 e L1<br />
passaram a ser mais freqüentes para evitar que se transformassem em casos avançados. A<br />
forma que predominava nos internados em 1948 era a lepromatosa (75,56%), já que se<br />
priorizava pacientes infectantes, e só em casos especiais casos tuberculói<strong>de</strong>s e<br />
incaracterísticos negativos. (ALEIXO & HORTA, 1948).<br />
Foram internados inicialmente doentes que não conheciam as vantagens do tratamento<br />
hospitalar, que recorriam a ele quando estavam em condições muito graves e com o estado<br />
evolutivo adiantado, não lhes permitindo o tratamento domiciliar. Além disto, no início da<br />
campanha contra a lepra, foram isolados inicialmente casos mais avançados, quase sempre<br />
pelo clamor público <strong>de</strong>spertado pela propaganda sanitária. Assim os lepromatosos eram<br />
isolados espontaneamente, <strong>de</strong>vido ao estado mais grave, ou à força, por solicitação da<br />
população. (ALEIXO & HORTA, 1948)<br />
A maioria dos pacientes morou em pavilhões específicos por gênero e ciclo <strong>de</strong> <strong>vida</strong>, mas os<br />
casados podiam viver em casas ou pensões. A política <strong>de</strong> segregação se estendia aos filhos<br />
dos pacientes, que eram separados dos pais e levados para o preventório São Tarcísio,<br />
localizado em Mário Campos. (FIGUEIREDO, 2005).<br />
A partir <strong>de</strong> 1937 a CSI <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> ser o único gran<strong>de</strong> leprosário do Estado, com a construção<br />
dos Sanatórios Santa Fé, Padre Damião e São Francisco <strong>de</strong> Assis que, entretanto, só seriam<br />
concluídos entre 1942 e 1945.<br />
O tratamento na CSI era feito <strong>de</strong>ntro das regras nacionais, reduzindo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
intoxicações, limitando-se o corpo médico a lançar mão dos medicamentos clássicos,<br />
“evitando as experimentações <strong>de</strong>sastradas, como as realizadas em outras moléstias como a<br />
sífilis, pelos tratamentos intensivos”. (ALEIXO & HORTA, 1948)<br />
Em 1937 o Estado <strong>de</strong> Minas Gerais contava com as seguintes organizações anti-leprosas<br />
(SOUZA-ARAÚJO, 1937):<br />
“1) Enfermaria para leprosos, annexa á Santa Casa da Misericórdia <strong>de</strong> S. João<br />
d'El-Rei. creada ein 1806 que funccionou <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> annos.<br />
2) Hospital dos Lázaros <strong>de</strong> Sabará, fundado em 1883, actualmente com 70<br />
doentes.<br />
3) Inspectoria Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Prophylaxia da Lepra, sob a direcção do Prof. A.<br />
Aleixo, funccionou <strong>de</strong> 1920 a 1930.<br />
4) <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Estudos e Prophylaxia da Lepra creado por Decreto N.° 10.172 <strong>de</strong><br />
28 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1931.<br />
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