Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...
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Ao analisar os pacientes <strong>de</strong> acordo com as três categorias da variável “meios auxiliares”,<br />
encontramos que 36% dos ca<strong>de</strong>irantes têm amputação <strong>de</strong> Membros Inferiores, contra 43% dos<br />
usuários <strong>de</strong> muleta/ bengala e 10% dos que não usam meios auxiliares. Em relação a lesões,<br />
70% dos pacientes que não usam meios auxiliares têm úlceras <strong>de</strong> Membros Inferiores, contra<br />
60% dos usuários <strong>de</strong> bengala e muleta e 53% dos ca<strong>de</strong>irantes.<br />
Assim, parece plausível que, para a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Izabel, o fator mais importante para<br />
explicar esta associação seja a menor necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados – especialmente curativos<br />
locais – nos pacientes já amputados e com menor número <strong>de</strong> ulcerações. Há maior<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento com coberturas, curativos, antibióticos, além <strong>de</strong> mais complicações<br />
e internações em pacientes ainda não amputados – portanto ainda não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> meios<br />
auxiliares – que evoluem, além das ulcerações, com osteomielite, e outros processos crônicos,<br />
que sobrecarregam o cuidador.<br />
De qualquer maneira, é necessário aprofundar-se nestas questões para enten<strong>de</strong>r se o uso da<br />
ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas – e outros aparatos – tem também algum significado ainda não i<strong>de</strong>ntificado,<br />
que possa explicar o motivo <strong>de</strong>sta variável influir <strong>de</strong> maneira tão <strong>de</strong>terminante na QV <strong>de</strong><br />
cuidadores.<br />
As ati<strong>vida</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>vida</strong> diária instrumental “AVDI 4 – manter a casa” e “AVDI 7 – tomar<br />
medicamentos”, se correlacionaram respectivamente com os domínios ambiente (p=0,037) e<br />
social (p=0,038), com diferenças importantes entre as três categorias <strong>de</strong>stas variáveis.<br />
Na associação entre a “AVDI 4 – manter a casa” e o domínio ambiente, cuidadores <strong>de</strong><br />
pacientes classificados como capazes “com ajuda” tem escores piores tanto em relação a<br />
pacientes “incapazes” quanto a pacientes capazes “sem ajuda”. Já na associação entre a<br />
“AVDI 7 – tomar medicamentos”, os cuidadores <strong>de</strong> pacientes capazes “com ajuda” tem os<br />
melhores escores em relação aos dois outros grupos. Uma explicação possível seja a fase <strong>de</strong><br />
transição que vive o paciente, que po<strong>de</strong> gerar diferentes formatos <strong>de</strong> sobrecarga ao cuidador,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> qual ati<strong>vida</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>vida</strong> diária o paciente é capaz ou não <strong>de</strong> realizar.<br />
No caso das ati<strong>vida</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção da casa, é possível que o paciente que é capaz “com<br />
ajuda” sobrecarregue o cuidador, que acaba se preocupando com os riscos <strong>de</strong> ferimentos e<br />
quedas. Isto se dará <strong>de</strong> uma maneira mais importante do que em relação ao paciente “sem<br />
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