Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...
Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...
Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
health personnel. The treatment is much shorter than previous regimens and<br />
has proved to be extremely effective. The rate of relapse is less than 1 per 100<br />
patient-years.” (WHO 1998, Chap. 21, p.152)<br />
Des<strong>de</strong> então, segundo DUCATTI (2009), “o diagnóstico precoce, a introdução da<br />
poliquimioterapia e o tratamento eficaz dos quadros reacionais têm prevenido o aparecimento<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s e incapacida<strong>de</strong>s, diminuindo, assim, o estigma social da hanseníase”.<br />
Passou-se à busca <strong>de</strong> uma vacina para a doença, objetivo prejudicado pelas dificulda<strong>de</strong>s em<br />
cultivar o Mycobacterium leprae que não crescia em nenhum meio <strong>de</strong> cultura conhecido,<br />
inviabilizando a técnica para sua produção; a vacina com o Bacilo <strong>de</strong> Calmette-Guerin<br />
(BCG), embora oferecesse reação cruzada, já <strong>de</strong>monstrara que não protegia todas as pessoas<br />
<strong>de</strong> contrair a hanseníase.<br />
A implantação da PQT exigiria a reformulação dos programas, reciclagem <strong>de</strong> recursos<br />
humanos e as alterações do sistema <strong>de</strong> verificação e relatórios. O tratamento ampliara a<br />
<strong>qualida<strong>de</strong></strong> do controle da hanseníase e, como conseqüência, aumentava a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> pacientes<br />
crédulos na cura, o que contribuiria para diminuir parte do estigma da doença. A maioria dos<br />
países endêmicos aplicaria a PQT em um número limitado <strong>de</strong> áreas como uma fase <strong>de</strong> testes<br />
(1982-1985), seguida <strong>de</strong> uma segunda fase <strong>de</strong> expansão (1986-1990) e uma terceira fase <strong>de</strong><br />
generalização a partir <strong>de</strong> 1991, durante a qual foi amplamente aplicada, com redução<br />
significativa do número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> hanseníase. (WHO, 1998)<br />
Em 1991, a OMS em sua Assembléia em Genebra adota a resolução para eliminar a<br />
hanseníase como problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública mundial (WHO, 1991), o que significa taxas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>tecção abaixo <strong>de</strong> um caso para cada 10.000 habitantes. Naquela época, vários países ainda<br />
apresentavam níveis endêmicos importantes. De 1985 a 2007, o número <strong>de</strong> afetados pela<br />
hanseníase caiu 96%, passando <strong>de</strong> 5,2 milhões para menos <strong>de</strong> 225.000. (WHO-WER, 2007)<br />
Ao final do século, vários países atingiriam os níveis necessários para o controle. Em 1996 o<br />
congresso nacional Japonês revogaria uma lei <strong>de</strong> 1953 que <strong>de</strong>finia o isolamento compulsório.<br />
Uma comissão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> reconheceu a gra<strong>vida</strong><strong>de</strong> da situação, o que culminou num pedido <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sculpa público por parte do ministro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> daquele país. O país referendou uma lei que<br />
instituía o isolamento forçado <strong>de</strong> todos os seus acometidos no ano <strong>de</strong> 1953, mesmo ano em<br />
que o isolamento compulsório foi contra-indicado pelo Congresso Internacional <strong>de</strong><br />
Leprologia <strong>de</strong> Madri; mesmo cinco anos <strong>de</strong>pois, quando sediou o Congresso que recomendou<br />
o fim do isolamento, não acatou as conclusões <strong>de</strong> nenhum dos eventos e continuou isolando<br />
51