17.04.2013 Views

Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...

Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...

Hanseníase: políticas públicas e qualidade de vida de - Centro de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Mas outra hipótese po<strong>de</strong> colaborar para o entendimento das AVDIs em geral: é possível que o<br />

paciente que ainda consegue fazer as ati<strong>vida</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>vida</strong>, mas necessite <strong>de</strong> ajuda, esteja<br />

passando pela transição da perda da autonomia. Portanto, esta perda recente teria efeito direto<br />

na percepção da sua QV, levando a escores piores do que o paciente que, uma vez<br />

completamente incapaz para uma ati<strong>vida</strong><strong>de</strong>, já passou pelo “luto” da perda da autonomia.<br />

URZUA (2008) aponta que o tempo <strong>de</strong> evolução do paciente com doenças crônicas estaria<br />

relacionado a uma maior adaptação à enfermida<strong>de</strong>, e conseqüentemente a uma melhor<br />

<strong>qualida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>vida</strong>, mas que isto é variável <strong>de</strong> acordo com a doença estudada, e não se<br />

relaciona diretamente ao “passar do tempo”, mas a outras variáveis relacionadas.<br />

Poucos autores fazem avaliações <strong>de</strong> ati<strong>vida</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>vida</strong> instrumental consi<strong>de</strong>rando cada uma<br />

isoladamente, e não foram recuperados artigos que abor<strong>de</strong>m especificamente este tópico em<br />

relação à Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vida medida pelo WHOQoL. Entretanto, por se tratar <strong>de</strong> uma escala<br />

que avalia cada AVDI individualmente sem um escore total, a opção por utilizar cada AVDI<br />

isoladamente na análise <strong>de</strong> regressão se justifica.<br />

Em relação às características do cuidador que afetam a QV do paciente, apenas a ida<strong>de</strong> se<br />

correlacionou <strong>de</strong> maneira significativa (p=0,043), com associação negativa, com o domínio<br />

físico do paciente, com uma redução <strong>de</strong> -0,406 nos escores <strong>de</strong> QV a cada ano a mais <strong>de</strong> <strong>vida</strong><br />

do cuidador. É plausível supor que, a uma maior ida<strong>de</strong>, corresponda uma menor capacida<strong>de</strong><br />

do cuidador <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas do paciente. Porém, tendo em vista a gran<strong>de</strong> dispersão<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> dos cuidadores <strong>de</strong> Santa Izabel (20 a 80 anos), toda suposição neste sentido merece<br />

ressalvas e aponta para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprofundamento em suas causas.<br />

O grau <strong>de</strong> parentesco com seu cuidador não se correlacionou significativamente com a QV <strong>de</strong><br />

pacientes. PEREIRA et al. (2006) apontam que a inserção familiar do idoso em domicílios<br />

multigeracionais po<strong>de</strong> interferir na QV: a convivência com familiares gera benefícios, no<br />

sentido do apoio familiar nas condições <strong>de</strong>bilitantes e <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência, reduzindo o<br />

isolamento, mas traz conflitos intergeracionais, que acabam por diminuir a auto-estima e<br />

<strong>de</strong>teriorar o estado emocional do idoso. Em Santa Izabel, <strong>de</strong>vido ao estigma que “expulsa” as<br />

novas gerações da Comunida<strong>de</strong>, a maioria dos domicílios não apresenta arranjos<br />

multigeracionais, sendo composto pelos cônjuges, ou por filhos cuidadores <strong>de</strong> pais idosos.<br />

Merece <strong>de</strong>staque a constatação <strong>de</strong> que o gênero não foi <strong>de</strong>terminante na auto-percepção da<br />

QV dos pacientes <strong>de</strong> Santa Izabel. TSUTSUMI et al (2006, 2007) analizando hansenianos <strong>de</strong><br />

165

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!