Debates do Parlamento Europeu - Europa
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PT<br />
<strong>Debates</strong> <strong>do</strong> <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong><br />
e oriental no Conselho e, portanto, é agora tempo de abrir esta janela <strong>do</strong> Árctico da<br />
dimensão setentrional. Senhora Alta Representante, a Comissão tem de clarificar o papel<br />
de cada Direcção-Geral e designar a pessoa responsável pelos assuntos relaciona<strong>do</strong>s com<br />
o Árctico.<br />
Diana Wallis, em nome <strong>do</strong> Grupo ALDE. – (EN) Senhor Presidente, gostaria de dizer o<br />
seguinte à senhora Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros: Muito obrigada<br />
pela sua declaração. Penso que muitos de nós nesta Câmara estamos extremamente<br />
satisfeitos com o facto de a senhora estar a prosseguir o trabalho inicia<strong>do</strong> pela Comissão<br />
e secunda<strong>do</strong> pelas declarações da Presidência no Outono passa<strong>do</strong>.<br />
Sublinhou a fragilidade da natureza e <strong>do</strong> ambiente <strong>do</strong> Árctico. Essa fragilidade é, como<br />
reconheceu, um problema que afecta to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, e não apenas a <strong>Europa</strong> ou as nações<br />
<strong>do</strong> Árctico.<br />
O Árctico também se apresenta como uma oportunidade única de cooperação<br />
multinacional. Além disso, a UE beneficia das circunstâncias únicas de ter nesse <strong>do</strong>mínio<br />
relações positivas com a Rússia, através da Dimensão Setentrional. É uma base de que<br />
temos forçosamente de tirar parti<strong>do</strong> no desenvolvimento da cooperação com outros<br />
parceiros.<br />
Mas tem de haver uma cooperação global significativa no Árctico, e é preocupante – e a<br />
Senhora Alta Representante não abor<strong>do</strong>u esta questão na sua intervenção – que estejamos<br />
a assistir à formação de um núcleo duro de cinco Esta<strong>do</strong>s costeiros <strong>do</strong> Árctico fora <strong>do</strong><br />
quadro <strong>do</strong> Conselho <strong>do</strong> Árctico. Este facto pode pôr seriamente em causa uma cooperação<br />
muito importante e deve ser encara<strong>do</strong> com preocupação.<br />
A UE foi também rejeitada como observa<strong>do</strong>r. Temos de procurar encontrar uma solução<br />
para as nossas divergências com alguns Esta<strong>do</strong>s e tentar restabelecer a confiança quanto<br />
aos objectivos que pretendemos alcançar no Árctico.<br />
Na minha opinião, a comunicação original da Comissão era um <strong>do</strong>cumento extraordinário,<br />
na medida em que conjugava muitas questões transversais a várias Direcções-Gerais da<br />
Comissão. Isto constitui uma boa base de partida. A forma como a Senhora Alta<br />
Representante para os Negócios Estrangeiros irá coordenar esta política, fazen<strong>do</strong> progressos<br />
na nova Comissão, atenden<strong>do</strong>, além <strong>do</strong> mais, aos <strong>do</strong>is papéis que desempenha, suscita<br />
grande expectativa entre to<strong>do</strong>s os membros desta Assembleia. Mas muito obrigada pelo<br />
arranque.<br />
Satu Hassi, em nome <strong>do</strong> Grupo Verts/ALE. – (FI) Senhor Presidente, é bem patente uma<br />
espécie de esquizofrenia cultural na nossa atitude em relação à região <strong>do</strong> Árctico. Por um<br />
la<strong>do</strong>, estamos preocupa<strong>do</strong>s. É bastante óbvio que as alterações climáticas estão a ocorrer<br />
a um ritmo mais rápi<strong>do</strong> no Árctico <strong>do</strong> que em qualquer outro lugar. A região tem si<strong>do</strong><br />
comparada a um canário numa mina.<br />
Desde 1979, a camada de gelo média anual no Oceano Árctico tem recua<strong>do</strong> cerca de 1,5<br />
milhões de quilómetros quadra<strong>do</strong>s, o que equivale à área combinada da França, Itália,<br />
Espanha e Reino Uni<strong>do</strong>. Este processo de degelo está a acelerar o ritmo a que se processam<br />
as alterações climáticas porque está a reduzir a reflectância ou o albe<strong>do</strong> da Terra. Está a<br />
causar a libertação de metano da tundra e poderá causar também a libertação de metano<br />
<strong>do</strong> fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> mar. O metano contribui para acelerar ainda mais as alterações climáticas. O<br />
processo de degelo permite igualmente a libertação para o ambiente de toxinas acumuladas<br />
ao longo de muitos anos.<br />
10-03-2010