Debates do Parlamento Europeu - Europa
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10-03-2010<br />
PT<br />
<strong>Debates</strong> <strong>do</strong> <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong><br />
No entanto, enquanto nos preocupamos com a situação, iniciou-se uma corrida ao petróleo<br />
e ao gás no Árctico. Os países disputam-se e negoceiam a divisão o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> mar. Além<br />
disso, os povos indígenas estão, de uma forma geral, a ser ignora<strong>do</strong>s no meio de tu<strong>do</strong> isto.<br />
A UE deve promover uma abordagem coerente ao desenvolvimento sustenta<strong>do</strong>. Deve<br />
controlar a ânsia provocada pela visão <strong>do</strong>s reluzentes euros e dólares e promover a<br />
protecção da região <strong>do</strong> Árctico através de um acor<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo tipo <strong>do</strong> da Antárctida.<br />
Além disso, os povos indígenas devem ser incluí<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong>s os processos de tomada de<br />
decisão relaciona<strong>do</strong>s com a região. De qualquer forma, deve ser implementada uma<br />
moratória de 50 anos relativa à exploração de recursos fósseis na área.<br />
É necessário que as pessoas tenham consciência de que a natureza e a vida selvagem da<br />
região são delicadas e vulneráveis. Por exemplo, a extracção de petróleo coloca problemas<br />
e riscos muito mais graves naquela região <strong>do</strong> que em qualquer outra parte <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. As<br />
companhias de navegação têm igualmente de se consciencializar sobre as enormes<br />
dificuldades e riscos que existem na região. Não servirá de nada, se rotularmos com algumas<br />
palavras bonitas sobre o ambiente e as populações indígenas as decisões que tomamos,<br />
mas, na prática, a nossa acção não evitar a contaminação irreversível <strong>do</strong> ambiente e a<br />
violação <strong>do</strong>s direitos da população indígena.<br />
Charles Tannock, em nome <strong>do</strong> Grupo ECR. – (EN) Senhor Presidente, quan<strong>do</strong> a Dinamarca<br />
aderiu à eu, em 1973, a UE assumiu uma dimensão árctica devi<strong>do</strong> à dependência<br />
dinamarquesa da Gronelândia. Em 1985, a Gronelândia decidiu aban<strong>do</strong>nar a UE mas,<br />
quan<strong>do</strong> a Suécia e a Finlândia aderiram, 10 anos mais tarde, contribuíram para aumentar<br />
consideravelmente o interesse da UE na região <strong>do</strong> Árctico.<br />
Desde então, a UE tornou-se um <strong>do</strong>s muitos actores com um interesse estratégico vital no<br />
Árctico – no seu ambiente e nos seus recursos naturais. Enquanto países com parte <strong>do</strong><br />
território situa<strong>do</strong> no Árctico, os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, o Canadá, a Rússia, a Noruega e a Islândia<br />
defendem os seus interesses com firmeza e vigor. A União Europeia não deve hesitar em<br />
fazê-lo agora também, e o Conselho <strong>do</strong> Árctico é, no meu entender, o melhor quadro para<br />
isso. O estatuto de observa<strong>do</strong>r ad hoc da União é desadequa<strong>do</strong> a esse objectivo. Espero que<br />
a senhora Alta Representante para os Negócios Estrangeiros insista na concessão <strong>do</strong> estatuto<br />
de observa<strong>do</strong>r permanente à UE na próxima reunião ministerial a realizar em Abril <strong>do</strong><br />
próximo ano na Gronelândia.<br />
É lamentável que o Canadá esteja a impedir a assunção daquele estatuto pela UE no Conselho<br />
<strong>do</strong> Árctico como retaliação pela proibição da comercialização de produtos resultantes da<br />
caça da foca decretada pela União, e espero que, no final, prevaleça o senso comum. Esta<br />
posição faz pouco senti<strong>do</strong> ten<strong>do</strong> em conta que seis Esta<strong>do</strong>s-Membros da UE, incluin<strong>do</strong> o<br />
Reino Uni<strong>do</strong> – o meu país – são observa<strong>do</strong>res permanentes. Não obstante, a coordenação<br />
entre a Dinamarca, a Suécia e a Finlândia no Conselho <strong>do</strong> Árctico tem si<strong>do</strong> exemplar e tem<br />
servi<strong>do</strong> como plataforma de expressão <strong>do</strong>s interesses mais alarga<strong>do</strong>s da UE na região.<br />
A participação europeia no fórum <strong>do</strong> Árctico também tem beneficia<strong>do</strong> muito com o<br />
contributo da Noruega, nosso aliada, e da Islândia, que agora aspira a tornar-se<br />
Esta<strong>do</strong>-Membro. Isso é essencial porque a Rússia nos deixou poucas dúvidas sobre os seus<br />
desígnios no Árctico, cravan<strong>do</strong>, como é <strong>do</strong> conhecimento geral, a sua bandeira no fun<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> mar <strong>do</strong> Pólo Norte em 2007. Sabemos, à nossa custa, que a Rússia por vezes segue uma<br />
cartilha muito própria no que respeita aos assuntos internacionais. Apenas uma frente<br />
unida, constituída por outros membros e pelos observa<strong>do</strong>res presentes no Conselho <strong>do</strong><br />
Árctico, actuan<strong>do</strong> no âmbito da política da UE para a dimensão setentrional, conseguirá<br />
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