Debates do Parlamento Europeu - Europa
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PT<br />
<strong>Debates</strong> <strong>do</strong> <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong><br />
Isto significa nomeações exclusivamente com base no mérito, nomeações desde logo de<br />
entre os Ministros <strong>do</strong>s Negócios Estrangeiros <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s-Membros e de toda a União<br />
Europeia; significa incorporar pareceres estratégicos em questões como o aprovisionamento<br />
energético e a política ambiental; significa estruturas organizacionais que reflictam o alcance<br />
global e que atribuam o peso devi<strong>do</strong> a África e às relações transatlânticas, assim como à<br />
Ásia, à América Latina e à nossa vizinhança; significa margem financeira suficiente, não<br />
só para a reacção rápida e para a resposta humanitária, mas também para movimentar<br />
fun<strong>do</strong>s em consonância com as novas prioridades políticas; significa apoiar a decisão da<br />
senhora Baronesa Catherine Ashton de dar primazia à resposta às catástrofes em detrimento<br />
<strong>do</strong> turismo de catástrofes e que ela forneça orientações fundamentais para a programação<br />
financeira; e significa este <strong>Parlamento</strong> apoiar novas regras em matéria de substituições que<br />
reflictam a prática internacional e não necessariamente o apego às velhas normas.<br />
Por último, estou muito satisfeito por ver o assento da Comissão desocupa<strong>do</strong> esta manhã<br />
e, para to<strong>do</strong>s os que preconizaram o Trata<strong>do</strong> de Lisboa, não devemos limitar o seu ou o<br />
nosso apoio à sua plena execução.<br />
Francisco José Millán Mon (PPE). – (ES) Senhor Presidente, a política externa da União<br />
está a entrar numa nova fase, como a senhora Baronesa Ashton e o senhor deputa<strong>do</strong><br />
Albertini afirmaram esta manhã.<br />
O artigo 21.º <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> estabelece princípios objectivos. Além disso, são cria<strong>do</strong>s novos<br />
cargos, com um Alto Representante, um Vice-Presidente da Comissão, um Presidente<br />
permanente <strong>do</strong> Conselho <strong>Europeu</strong>, um Serviço <strong>Europeu</strong> para a Acção Externa e uma nova<br />
Política de Segurança e Defesa, que constitui o objecto <strong>do</strong> relatório <strong>do</strong> senhor deputa<strong>do</strong><br />
Danjean, etc.<br />
Estas inovações têm como objectivo assegurar uma projecção mais eficaz da União Europeia<br />
no mun<strong>do</strong>, e penso que as cimeiras com países terceiros continuam a ser um instrumento<br />
ideal para esse fim. A União Europeia não realiza muitas cimeiras com um só país, pelo<br />
que devemos reforçar esta vertente.<br />
A cimeira que teve lugar na semana passada, com Marrocos, foi a primeira com um país<br />
árabe e simbolizou também a concessão de um estatuto avança<strong>do</strong> a este país. Lamento<br />
que não tenha marca<strong>do</strong> presença, Senhora Baronesa Ashton. Lamento igualmente a ausência<br />
<strong>do</strong> Rei de Marrocos. A ausência deste significou que uma cimeira que deveria ter si<strong>do</strong><br />
histórica perdeu projecção política, significa<strong>do</strong> e eficácia.<br />
Espero que a Cimeira Euromediterrânica de Barcelona seja também um sucesso no que se<br />
refere ao nível das delegações.<br />
Lamento igualmente que a cimeira com o Presidente Obama prevista para a Primavera não<br />
se vá realizar. Como o relatório Albertini afirma, o Trata<strong>do</strong> de Lisboa cria um cenário<br />
propício ao reforço <strong>do</strong>s nossos mecanismos de diálogo com os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Este e<br />
outros assuntos poderiam ter si<strong>do</strong> aborda<strong>do</strong>s na cimeira.<br />
A União Europeia e os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s não devem desperdiçar a oportunidade de tratar ao<br />
mais alto nível as questões bilaterais, os conflitos e os desafios globais que se acumulam<br />
na agenda mundial. Seria para<strong>do</strong>xal – e vou já terminar – que, agora que temos o Trata<strong>do</strong><br />
de Lisboa, corrêssemos o risco de nos tornarmos irrelevantes neste mun<strong>do</strong> a que alguns<br />
chamam já "pós-ocidental" ou "pós-americano".<br />
10-03-2010