Debates do Parlamento Europeu - Europa
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10-03-2010<br />
PT<br />
<strong>Debates</strong> <strong>do</strong> <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong><br />
Contamos com um instrumento, uma ferramenta com este propósito, que é a declaração<br />
de 2010 como Ano <strong>Europeu</strong> de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social, com quatro<br />
objectivos específicos: o reconhecimento <strong>do</strong> direito das pessoas à dignidade e a um papel<br />
activo na sociedade; o comprometimento da opinião pública em relação às políticas de<br />
inclusão social; o aumento da coesão social; e, naturalmente, um envolvimento a longo<br />
prazo de to<strong>do</strong>s os níveis de governo no combate à pobreza e à exclusão social. Esse<br />
envolvimento deve ter como principal objectivo a protecção <strong>do</strong>s mais vulneráveis – um<br />
conceito que já utilizei ao responder a uma pergunta anterior –, que acabam por ser os que<br />
mais sofrem com a pobreza e a exclusão social. É o que acontece com as crianças, as<br />
mulheres e os i<strong>do</strong>sos.<br />
Por conseguinte, vamos certamente apoiar as diferentes iniciativas que possam surgir<br />
relacionadas, directa ou indirectamente, com a luta contra a pobreza e a exclusão social,<br />
e devo dizer que espero que isso se converta num objectivo central de toda a estratégia de<br />
crescimento e de criação de emprego da União Europeia. Um <strong>do</strong>s objectivos fixa<strong>do</strong>s no<br />
<strong>do</strong>cumento apresenta<strong>do</strong> pela Comissão em 3 de Março é a redução em 20 milhões <strong>do</strong><br />
número de pessoas em risco de pobreza.<br />
Konstantinos Poupakis (PPE). – (EL) Obriga<strong>do</strong> pela sua resposta, Senhor Ministro.<br />
No entanto, da<strong>do</strong> que, como afirmou, a taxa de desemprego atingiu os 10% em 2009, 45%<br />
<strong>do</strong>s desemprega<strong>do</strong>s europeus permanecem sem trabalho durante mais de um ano e, na<br />
ausência de um quadro institucional claro, rapidamente surgiram formas flexíveis de<br />
emprego, daí resultan<strong>do</strong> 19 milhões de desemprega<strong>do</strong>s pobres, gostaríamos de saber –<br />
porque o senhor Ministro foi sempre muito preciso, o que saú<strong>do</strong> – que medidas concretas<br />
e imediatas e que políticas de emprego activas e passivas tencionam a<strong>do</strong>ptar, a nível europeu<br />
e de acor<strong>do</strong> com os princípios e o espírito <strong>do</strong> modelo social europeu, ten<strong>do</strong> em vista a<br />
questão <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res pobres e <strong>do</strong>s desemprega<strong>do</strong>s, em particular os afecta<strong>do</strong>s pelo<br />
desemprego prolonga<strong>do</strong>, que enfrentam problemas imediatos de sobrevivência.<br />
Liam Aylward (ALDE). – (EN) Pode o Conselho dizer-nos, em linhas gerais, o que vai<br />
fazer para que a recomendação sobre a inclusão activa – um instrumento de combate à<br />
pobreza das famílias aprova<strong>do</strong> pelo Conselho de Ministros “Emprego, Política Social, Saúde<br />
e Consumi<strong>do</strong>res” – seja integrada na estratégia “UE 2020” e aplicada de mo<strong>do</strong> a garantir<br />
uma redução efectiva da pobreza?<br />
Diego López Garri<strong>do</strong>, Presidente em exercício <strong>do</strong> Conselho. – (ES) Senhora Presidente, devo<br />
reiterar que foi a primeira vez que houve o propósito de se a<strong>do</strong>ptar uma estratégia europeia<br />
tão ambiciosa para este problema. Ou seja, uma estratégia de luta contra a pobreza e a<br />
exclusão social e, sobretu<strong>do</strong>, de inclusão activa tanto das pessoas afectadas pelo desemprego<br />
prolonga<strong>do</strong> como <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos, e eis-nos de regresso, uma vez mais, ao conceito de “mais<br />
vulneráveis” no contexto social.<br />
Para começar, a União Europeia, em resposta à crise económica que estamos a viver, pôs<br />
em prática uma política coordenada, um tratamento de choque imediato a curto prazo<br />
que envolveu a injecção de dinheiros públicos no sistema financeiro. Consequentemente,<br />
foi activa<strong>do</strong> aquilo a que os economistas chamam “estabiliza<strong>do</strong>res automáticos”, ou seja,<br />
a protecção social garantida pelos Esta<strong>do</strong>s-providência. Houve, pois, uma reacção que teve,<br />
no mínimo, um efeito paliativo para as pessoas que ficaram desempregadas e para as que<br />
têm dificuldade, pelo menos a curto prazo, em encontrar um novo emprego.<br />
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