Debates do Parlamento Europeu - Europa
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PT<br />
Isto, no entanto, poderá ameaçar as relações em matéria de segurança entre a União Europeia<br />
e outros países. Nesse contexto, gostaria de chamar a vossa atenção para o comportamento<br />
da Rússia, cujo interesse na região não reside na pesca, no turismo, ou nos minérios, mas<br />
sim nas últimas reservas intactas de gás e de petróleo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
Apesar da ideia defendida no <strong>do</strong>cumento da Comissão Europeia de estratégia para o Árctico<br />
de desenvolver relações de cooperação com países vizinhos no que respeita aos territórios<br />
adjacentes, desde a viragem <strong>do</strong> milénio, a Rússia não tem demonstra<strong>do</strong> qualquer vontade<br />
de atender aos nossos desejos. No ano passa<strong>do</strong>, o plano de estratégia de segurança da Rússia<br />
enviou ao Ocidente o sinal ameaça<strong>do</strong>r de que, se necessário, a Rússia está preparada para<br />
utilizar a força militar para obter novos recursos no Árctico. Creio que deveríamos<br />
implementar políticas específicas em relação à Rússia de forma a evitar uma corrida<br />
competitiva.<br />
Indrek Tarand (Verts/ALE). – (ET) Senhora Presidente, Senhora Alta Representante para<br />
os Negócios Estrangeiros, muito obriga<strong>do</strong> por se dedicar imediatamente a este assunto tão<br />
importante no início <strong>do</strong> seu difícil mandato. O Árctico é, no meu entender, um assunto<br />
da máxima urgência. Disse muito directamente que o Árctico não é a Antárctida, e que<br />
seria irrealista copiar o trata<strong>do</strong> sobre a Antárctica para o Oceano Árctico.<br />
Creio que se alguma instituição no mun<strong>do</strong> deve defender o idealismo, essa instituição deve<br />
ser, sem dúvida, a Comissão Europeia. Por que razão não há-de, pois, a Comissão Europeia<br />
apresentar aos seus parceiros a proposta idealista de, antes de começarmos uma nova<br />
corrida ao ouro no Árctico, aplicarmos uma moratória de várias décadas – de travarmos<br />
um processo que criará a possibilidade de um conflito arma<strong>do</strong> e de outras ameaças?<br />
Gostaria de dizer algumas palavras sobre os direitos <strong>do</strong>s povos indígenas <strong>do</strong> Árctico. Penso<br />
que, no contexto <strong>do</strong> diálogo entre a União Europeia e a Rússia sobre direitos humanos, se<br />
deveria questionar se os povos indígenas <strong>do</strong> Árctico que vivem na Federação Russa têm<br />
um envolvimento suficiente no trabalho <strong>do</strong> Conselho <strong>do</strong> Árctico. Sim, a Antárctida não é<br />
o Árctico, mas não há razão para não se repetirem iniciativas que contribuíram para se<br />
chegar a um acor<strong>do</strong>, a Sul, durante a Guerra Fria, só porque não há idealismo na Comissão.<br />
Sou originário <strong>do</strong> país de onde partiu o explora<strong>do</strong>r da Antárctida Bellingshausen. Ele foi<br />
para a Antárctida e fez descobertas porque era idealista. Desejo-lhe algum idealismo no<br />
seu trabalho.<br />
William (The Earl of) Dartmouth (EFD). – (EN) Senhora Presidente, a União Europeia<br />
quer uma política abrangente para o Árctico. Esta proposta é muito bizarra. Chipre e Grécia,<br />
por exemplo, têm culturas históricas, mas atentemos à geografia. É muito difícil<br />
compreender porque razão necessita um país <strong>do</strong> Mar Egeu de uma política da UE para o<br />
Árctico.<br />
Mas a definição de uma política da UE para o Árctico talvez não seja uma ideia tão bizarra<br />
como a nomeação da supremamente desqualificada Baronesa Ashton, a Sarah Palin da<br />
antiga esquerda estudantil, para o cargo de Alta Representante da UE para os Negócios<br />
Estrangeiros. Nas audições ficou claro que a Alta Representante não esqueceu nem aprendeu<br />
nada. E, por falar nisso...<br />
(A Presidente tira a palavra ao ora<strong>do</strong>r)<br />
<strong>Debates</strong> <strong>do</strong> <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong><br />
Presidente. – Peço desculpa, mas não creio que devamos ouvir comentários pessoais<br />
como esse nesta Assembleia.<br />
10-03-2010