Debates do Parlamento Europeu - Europa
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PT<br />
<strong>Debates</strong> <strong>do</strong> <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong><br />
único parlamento <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que não condenou o golpe militar nas Honduras, nem votou<br />
contra este, com os seus assassínios e tortura.<br />
Deste mo<strong>do</strong>, não concordamos com a filosofia de que depende <strong>do</strong> local onde está a<br />
acontecer, qual <strong>do</strong>s direitos humanos está a ser viola<strong>do</strong> e qual é a situação para determinar<br />
se devemos a<strong>do</strong>ptar uma posição.<br />
Há uma semana, foi descoberta a maior vala comum da América Latina, na Colômbia. As<br />
próprias autoridades falam de cerca de 2 500 cadáveres, e esse número pode aumentar<br />
para 50 000. Está isto a ser condena<strong>do</strong>? Está a ser debati<strong>do</strong>, sujeito a votação, condena<strong>do</strong>?<br />
O que está a acontecer com as vítimas civis no Afeganistão? O que está a acontecer com a<br />
perseguição no Sara Ocidental? Não! Não participaremos desta hipocrisia.<br />
Creio que a questão fundamental é estabelecermos uma relação de igualdade com a<br />
República de Cuba, para enfrentar todas as agendas: as agendas políticas, as agendas de<br />
direitos humanos, a situação penitenciária, mas em igualdade de circunstâncias, porque a<br />
União Europeia ainda tem uma posição comum no que respeita à República de Cuba, que<br />
é a excepção à regra. Não tem uma posição comum no que respeita a qualquer outro país<br />
<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Não a tem no que respeita à República Popular da China, que foi referida, ou<br />
ao Vietname. Porquê? Por que é que a tem no que respeita a Cuba e não no que respeita à<br />
República Popular da China?<br />
Exorto o Conselho, o Presidente <strong>do</strong> Conselho, a levantar claramente a seguinte questão:<br />
vão pôr fim à posição comum? É, em minha opinião, um <strong>do</strong>s obstáculos mais evidentes<br />
ao avanço com um diálogo franco entre a União Europeia e a República de Cuba, com<br />
agendas comuns, partilhadas, que sejam de interesse mútuo.<br />
Andreas Mölzer (NI). – (DE) Senhora Presidente, a morte <strong>do</strong> dissidente Orlan<strong>do</strong> Zapata<br />
em resulta<strong>do</strong> de uma greve de fome, e a detenção <strong>do</strong> bloguista Yoani Sánchez, que contou<br />
ao mun<strong>do</strong> como é a vida quotidiana na Cuba socialista, tornaram claro que temos de<br />
prosseguir a ligação criada na nossa política de 1996 respeitante a Cuba, com progressos<br />
a nível da democratização e <strong>do</strong>s direitos humanos. A esperanças de progresso sob a liderança<br />
de Raúl Castro, desapareceram evidentemente há muito tempo.<br />
A situação <strong>do</strong>s prisioneiros políticos, por exemplo, não melhorou realmente. Continuam<br />
a não gozar de nada que se assemelhe às liberdades que foram concedidas aos próprios<br />
irmãos Castro ao longo da sua detenção durante a ditadura de Baptista. Com a sua adesão<br />
obstinada à economia planificada, Cuba já nem sequer tem capacidade para prover às<br />
necessidades mais básicas da sua própria população. Em Cuba, a prosperidade e a iniciativa<br />
própria são, claramente, consideradas como críticas aos regime. Nesse aspecto, até as<br />
pessoas da China comunista têm a vida facilitada, da<strong>do</strong> que podem, pelo menos, melhorar<br />
as suas vidas através <strong>do</strong>s seus próprios esforços.<br />
A flexibilização <strong>do</strong> embargo económico <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s no que respeita a computa<strong>do</strong>res<br />
e a serviços de software não corresponderá integralmente às expectativas alimentadas pelas<br />
promessas <strong>do</strong> Presidente Obama, mas talvez torne possível uma melhor organização da<br />
oposição. Não menos importante, será também mais difícil para o regime cubano, haven<strong>do</strong><br />
mais possibilidades de escolha, suprimir a livre expressão de opiniões. Este motivo bastaria<br />
para apoiar as iniciativas da <strong>Europa</strong> o melhor possível e pressionar o relaxamento <strong>do</strong><br />
sistema comunista.<br />
10-03-2010