12.05.2013 Views

Debates do Parlamento Europeu - Europa

Debates do Parlamento Europeu - Europa

Debates do Parlamento Europeu - Europa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

10-03-2010<br />

PT<br />

<strong>Debates</strong> <strong>do</strong> <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong><br />

A União Europeia é, sem dúvida, a única força política capaz de convencer os cubanos de<br />

que o isolamento a que se estão a confinar é suicida e só pode conduzi-los, mais tarde ou<br />

mais ce<strong>do</strong>, a um destino dramático. Não podemos fugir à responsabilidade que temos de<br />

prosseguir o diálogo, sem excluir qualquer uma das questões mais difíceis, mas também<br />

sem aplicar – como creio que é muitas vezes o caso – <strong>do</strong>is pesos e duas medidas.<br />

Marek Henryk Migalski (ECR). – (PL) A liberdade triunfará em Cuba. Haverá democracia<br />

no país e haverá uma economia de merca<strong>do</strong> livre.<br />

A União Europeia não pode ajudar a derrubar o regime e, suponho, não pretende fazê-lo,<br />

mas deve querer e ser capaz de ajudar os cubanos após a alteração <strong>do</strong> sistema. As<br />

experiências de países como a Polónia, a República Checa, a Eslováquia e a Hungria mostram<br />

que é possível fazê-lo e que pode ter êxito. Podemos ajudar com a nossa experiência e, após<br />

a deposição de Fidel Castro, a União Europeia deve contribuir com a sua experiência e os<br />

seus fun<strong>do</strong>s, para que Cuba nunca chegue à situação descrita pelo comenta<strong>do</strong>r polaco,<br />

Marek Magierowski, em que os descendentes de Orlan<strong>do</strong> Zapata, que foram frequentemente<br />

referi<strong>do</strong>s nesta Assembleia, venham no futuro a servir rum nos passeios e avenidas de<br />

Havana aos descendentes de Castro.<br />

Jiří Maštálka (GUE/NGL). – (CS) Sou médico de profissão e sei como é difícil salvar a<br />

vida humana. Lamento sinceramente qualquer perda de vida humana e partilho a vossa<br />

tristeza pela morte de Orlan<strong>do</strong> Zapata. Analisei cuida<strong>do</strong>samente todas as resoluções<br />

propostas pelos grupos políticos. Lamento ter de repetir o que disse quan<strong>do</strong> estivemos<br />

recentemente a debater o relatório sobre a situação <strong>do</strong>s direitos humanos nas repúblicas<br />

da Ásia Central. Afirmei então que estávamos a cometer um erro ao assumirmo-nos como<br />

mentores quan<strong>do</strong> não tínhamos nada de positivo para dizer e ao não mostrarmos qualquer<br />

respeito pelas tradições históricas e culturais específicas desses países, nem mesmo pelos<br />

resulta<strong>do</strong>s positivos que esses países têm obti<strong>do</strong>. O mesmo se aplica a Cuba. Estou<br />

firmemente convicto de que a única forma de melhorarmos a situação em Cuba é através<br />

<strong>do</strong> estabelecimento de um diálogo entre iguais, para o qual as autoridades cubanas já se<br />

encontram preparadas. Desta forma, podemos contribuir também para melhorar os direitos<br />

sociais e económicos em Cuba. Não devemos esquecer que Cuba, apesar da sua difícil<br />

situação económica, está sempre na linha da frente <strong>do</strong>s países que prestam auxílio a outros<br />

como foi, por exemplo, o caso <strong>do</strong> desastre no Haiti. É verdade que quem é rápi<strong>do</strong> a condenar,<br />

gosta de condenar. Não devemos, de forma alguma, seguir essa via.<br />

Mario Mauro (PPE). - (IT) Senhora Presidente, Senhoras e Senhores Deputa<strong>do</strong>s, acredito<br />

verdadeiramente poder afirmar que iremos hoje escrever uma página digna na história<br />

deste <strong>Parlamento</strong> e ainda mais amanhã, quan<strong>do</strong> votarmos. Estamos a escrevê-la porque<br />

ao deixarmos, pela primeira vez, de la<strong>do</strong> os nossos preconceitos mútuos por pertencermos<br />

a grupos diferentes, estamos a curvar-nos diante <strong>do</strong> mistério supremo da morte de um<br />

homem e a reconhecer a verdade.<br />

O que iremos realmente escrever nesta resolução? Iremos escrever coisas que podem<br />

parecer simples e óbvias mas que são, na realidade, extremamente importantes. Iremos<br />

escrever que em Cuba não existe liberdade; iremos escrever que em Cuba não existe<br />

democracia; iremos escrever que vida é vida e que as pessoas não devem ser mortas.<br />

Podemos considerá-lo quase como certo, mas levámos muitos anos a superar os nossos<br />

preconceitos mútuos e a reconhecer um facto que não ofende nenhuma das nossas crenças<br />

políticas, mas que simplesmente nos leva a reconhecer a verdade fundamental que é a única<br />

base da discussão.<br />

147

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!