12.05.2013 Views

Debates do Parlamento Europeu - Europa

Debates do Parlamento Europeu - Europa

Debates do Parlamento Europeu - Europa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

22<br />

PT<br />

dirijo-me agora, com enorme pesar, ao presidente da Subcomissão da Segurança e da<br />

Defesa. Foram desenvolvi<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os esforços possíveis para não se falar de assuntos<br />

como as manobras "Zapad 2009". Houve a preocupação de não falar deste assunto, como<br />

se a política de segurança e defesa – uma política comum da União Europeia, que nos cabe<br />

criar – fosse uma política de apenas alguns grandes países. Muito foi dito acerca <strong>do</strong> que<br />

está a acontecer lá longe, <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, e <strong>do</strong> que está a acontecer em quase<br />

todas as partes <strong>do</strong> planeta, mas tentou-se evitar, a to<strong>do</strong> o custo – esta abordagem foi também<br />

a<strong>do</strong>ptada por muitos deputa<strong>do</strong>s –, falar de problemas importantes na fronteira oriental da<br />

União. Foi uma extraordinária mistura de megalomania europeia e de desrespeito <strong>do</strong>s<br />

interesses de alguns Esta<strong>do</strong>s-Membros. Este é o motivo por que não apoiaremos o relatório,<br />

mas é também um pedi<strong>do</strong> que faço à senhora Baronesa Ashton.<br />

(O Presidente retira a palavra ao ora<strong>do</strong>r)<br />

<strong>Debates</strong> <strong>do</strong> <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong><br />

Presidente. – Desculpe, Senhor Deputa<strong>do</strong> Kowal, mas falou um minuto e 44 segun<strong>do</strong>s,<br />

em vez <strong>do</strong> minuto que lhe cabe.<br />

Sabine Lösing (GUE/NGL). – (DE) Senhor Presidente, em nome <strong>do</strong> meu grupo, o Grupo<br />

Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica, quero deixar claro que<br />

estamos profundamente preocupa<strong>do</strong>s com o desenvolvimento da política externa da UE<br />

no senti<strong>do</strong> da militarização e de uma política cada vez mais intervencionista. Esta evolução<br />

é perigosa. Quero dizer, com toda a clareza, que consideramos a abordagem militar à<br />

resolução <strong>do</strong>s conflitos e à suposta estabilização <strong>do</strong>s países ou das regiões a via<br />

absolutamente errada para aumentar a segurança da UE e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. As intervenções<br />

militares – e o Afeganistão, infelizmente, constitui um exemplo muito actual – causam<br />

sofrimento, morte e devastação prolongada, mas não trazem a paz nem a melhoria da<br />

situação da população residente.<br />

O relatório Danjean enumera as denominadas principais ameaças que constituem um<br />

desafio para a futura política de segurança da UE. Uma delas diz respeito às alterações<br />

climáticas, que foram esmaga<strong>do</strong>ramente causadas pelas nações industrializadas <strong>do</strong> Ocidente.<br />

Se os habitantes <strong>do</strong>s países <strong>do</strong> Sul se virem obriga<strong>do</strong>s a fugir porque já não têm água e os<br />

alimentos são cada vez mais escassos, representarão um problema de segurança para a<br />

<strong>Europa</strong>. Esta perspectiva é cínica e desumana. Se os Esta<strong>do</strong>s colapsarem em resulta<strong>do</strong> da<br />

política económica neoliberal, constituirão um problema de segurança. Não precisamos<br />

de mais meios militares, mas sim de uma mudança, <strong>do</strong> fim da orientação neoliberal da<br />

União Europeia.<br />

O Serviço <strong>Europeu</strong> para a Acção Externa, a Agência Europeia de Defesa, a criação de uma<br />

direcção-geral de gestão de crises e planeamento e o fun<strong>do</strong> de lançamento previsto para<br />

financiar operações militares têm como objectivo tornar a UE um actor global em termos<br />

militares. Consideramos que desenvolvimentos no senti<strong>do</strong> da centralização <strong>do</strong> Serviço<br />

<strong>Europeu</strong> para a Acção Externa constituem uma evolução perigosa e não democrática. A<br />

UE deve assumir um papel de liderança no que diz respeito à desmilitarização e ao<br />

desarmamento, particularmente no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> desarmamento nuclear. É necessário<br />

pressionar para que a obrigação <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s nucleares resultante <strong>do</strong> artigo 6.º <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong><br />

de Não-Proliferação de Armas Nucleares, ou seja, o desarmamento nuclear total, seja<br />

finalmente honrada. Esta foi uma promessa fundamental que determinou a assinatura <strong>do</strong><br />

Trata<strong>do</strong> de Não-Proliferação por muitos Esta<strong>do</strong>s, que, em resulta<strong>do</strong>, se abstiveram de<br />

adquirir armas nucleares. Garantias fiáveis de não agressão constituem o meio mais eficaz<br />

10-03-2010

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!