Debates do Parlamento Europeu - Europa
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PT<br />
<strong>Debates</strong> <strong>do</strong> <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong><br />
Estou seguro de que, com base na maioria das intervenções que escutei, estamos to<strong>do</strong>s<br />
uni<strong>do</strong>s na firme e clara condenação da morte <strong>do</strong> seu filho. No entanto, muitos de nós<br />
vamos além desta declaração: podem estar certos de que iremos continuar vigilantes para<br />
conseguir a libertação incondicional de to<strong>do</strong>s os prisioneiros políticos na ilha.<br />
Continuaremos atentos à situação das violações <strong>do</strong>s direitos humanos na ilha. O Grupo<br />
<strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Popular <strong>Europeu</strong> (Democratas-Cristãos) lutará, seguramente, para manter a<br />
posição comum da União Europeia e estou certo de que, com base no que ouvi, muitos<br />
outros farão o mesmo.<br />
Não iremos enviar sinais contraditórios, mas fornecer orientações claras para alcançar o<br />
nosso sonho de vermos uma Cuba democrática. O sacrifício extremo feito por Orlan<strong>do</strong><br />
produziu uma resposta nas boas consciências <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> inteiro. Façamos com que o<br />
sacrifício silencioso de milhares de cubanos seja celebra<strong>do</strong> num futuro próximo numa<br />
Cuba livre.<br />
Gesine Meissner (ALDE). – (DE) Senhora Presidente, para nós é relativamente fácil falar<br />
quan<strong>do</strong> as violações <strong>do</strong>s direitos humanos ocorrem noutro local onde há pessoas que<br />
também morrem por aquilo em que acreditam. É importante insistir nessa questão. Zapata<br />
perdeu efectivamente a vida em resulta<strong>do</strong> da sua greve de fome e existem outros prisioneiros<br />
que foram recentemente incentiva<strong>do</strong>s a entrar em greve de fome.<br />
Necessitamos, portanto, de considerar cuida<strong>do</strong>samente como poderemos avançar de forma<br />
específica. Alguns afirmaram que não devemos, de forma alguma, dialogar com Cuba, uma<br />
vez que o regime é, a nosso ver, inaceitável. Outros – e parece-me que esta posição não é<br />
nada positiva, Senhor Deputa<strong>do</strong> João Ferreira – manifestaram a opinião de que existe<br />
hipocrisia aqui e que o povo de Cuba deve ter liberdade para tomar as suas próprias decisões<br />
políticas. Acredito que a liberdade de tomar decisões políticas pára realmente no momento<br />
em que os direitos humanos são viola<strong>do</strong>s e em que morrem pessoas. Nestas circunstâncias,<br />
nós, enquanto <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong>, temos de fazer alguma coisa.<br />
Neste contexto, é absolutamente correcto que as propostas específicas que foram colocadas<br />
sobre a mesa – nomeadamente algumas sugestões novas <strong>do</strong> senhor deputa<strong>do</strong> Gahler –<br />
sejam pormenorizadamente discutidas e que consideremos o que podemos fazer para<br />
intervir contra as violações <strong>do</strong>s direitos humanos em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> e para ajudar as pessoas<br />
em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.<br />
Franz Obermayr (NI). – (DE) Senhora Presidente, uma vez que estamos hoje a debater<br />
as nossas relações com Cuba na sombra da morte trágica de Orlan<strong>do</strong> Zapata, temos de<br />
reconhecer que a visão que temos de Cuba data de uma época em que as nossas ideias eram<br />
definidas por uma conjuntura em que se era amigo ou inimigo. Tínhamos, por um la<strong>do</strong>,<br />
os cubanos maus, que eram vassalos da intenção da União Soviética de prosseguir a<br />
revolução internacional e, por outro la<strong>do</strong>, os cubanos bons, que salvaram o país das garras<br />
<strong>do</strong>s barões <strong>do</strong> açúcar, da máfia, da CIA e <strong>do</strong> imperialismo norte-americano. Por um la<strong>do</strong><br />
tínhamos os cubanos maus, os comunistas opressores <strong>do</strong> povo, e por outro os que<br />
proporcionaram educação e cuida<strong>do</strong>s médicos à população e que lhes acabaram com a<br />
fome. Hoje, para que a morte de Orlan<strong>do</strong> Zapata tenha senti<strong>do</strong> – se é que a morte alguma<br />
vez tem senti<strong>do</strong> – devemos, em to<strong>do</strong>s os casos, ter a maior consideração por esse lega<strong>do</strong>.<br />
Esta morte não pode ter si<strong>do</strong> em vão.<br />
A outra coisa que deve acontecer é que a UE deve prosseguir rotas claras, rotas políticas<br />
dedicadas e não podemos deixar-nos ficar sob o jugo <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s; temos de libertar-nos<br />
10-03-2010