Debates do Parlamento Europeu - Europa
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10-03-2010<br />
PT<br />
<strong>Debates</strong> <strong>do</strong> <strong>Parlamento</strong> <strong>Europeu</strong><br />
consideradas estratégicas pela Comissão: (i) emprego; (ii) inovação e investigação; (iii)<br />
alterações climáticas e energia; (iv) educação e (v) luta contra a pobreza.<br />
Estas são, de facto, áreas fundamentais para que a <strong>Europa</strong> vença a crise e se reafirme como<br />
um player importante no merca<strong>do</strong> global, com um eleva<strong>do</strong> nível de desenvolvimento e<br />
com uma economia competitiva capaz de gerar riqueza, emprego e inovação. A União<br />
Europeia precisa, de facto, de ambição para vencer os desafios trazi<strong>do</strong>s pela crise, sem que<br />
essa ambição ponha em causa o esforço de consolidação orçamental que é pedi<strong>do</strong> aos<br />
Esta<strong>do</strong>s, atenta a fragilidade das suas contas públicas e os défices excessivos. Por isso mesmo<br />
considero fundamental reforçar os objectivos da Estratégia 2020.<br />
José Manuel Fernandes (PPE), por escrito. − O princípio da solidariedade deve ser a base<br />
da estratégia UE 2020. Solidariedade entre cidadãos, gerações, regiões e Esta<strong>do</strong>s. Desta<br />
forma, poderemos combater a pobreza, garantir a coesão económica, social e territorial<br />
através de um crescimento económico sustentável. Este princípio de solidariedade deve<br />
constituir o garante <strong>do</strong> modelo social europeu.<br />
Há que pensar na reestruturação <strong>do</strong>s sistemas de segurança social e na garantia de direitos<br />
sociais mínimos à escala europeia que facilitem a livre circulação de trabalha<strong>do</strong>res, quadros,<br />
empresários, investiga<strong>do</strong>res, estudantes e reforma<strong>do</strong>s. A utilização eficiente <strong>do</strong>s recursos<br />
é uma necessidade face a este princípio e decorre da necessidade da sustentabilidade.<br />
A criação de emprego deve ser o resulta<strong>do</strong> desta estratégia. Não podemos aceitar que a UE<br />
tenha cerca de 23 milhões de mulheres e homens desemprega<strong>do</strong>s. Para tal, o apoio ao<br />
empreende<strong>do</strong>rismo e o alívio burocrático e fiscal no que diz respeito às pequenas e médias<br />
empresas é fundamental.<br />
Tal não pode significar o esquecimento da indústria ou da agricultura. Temos de voltar a<br />
reindustrializar a <strong>Europa</strong>. A agricultura sustentável e que tenha como resulta<strong>do</strong> produtos<br />
de qualidade deve ser outro objectivo. Para tal, temos que reforçar o desenvolvimento<br />
sustentável <strong>do</strong> nosso sector primário e assumir a liderança no <strong>do</strong>mínio da investigação<br />
científica, <strong>do</strong> conhecimento e da inovação.<br />
João Ferreira (GUE/NGL), por escrito. − A Estratégia 2020, assumida continua<strong>do</strong>ra da<br />
chamada Estratégia de Lisboa, deveria começar por fazer o devi<strong>do</strong> balanço da aplicação<br />
da sua predecessora. Se o fizesse, encontraria nas orientações a que deu cobertura – ou<br />
seja, nas liberalizações de importantes sectores económicos e na desregulamentação e<br />
flexibilização das leis laborais – as causas <strong>do</strong>s seus resulta<strong>do</strong>s práticos: o crescimento <strong>do</strong><br />
desemprego, da precariedade, da pobreza e da exclusão social; a estagnação e a recessão<br />
económicas.<br />
Pretendem agora a Comissão e o <strong>Parlamento</strong> prosseguir estas mesmas orientações. O<br />
caminho aponta<strong>do</strong> é claro e nem a retórica social ou ambiental que o procuram envolver<br />
são suficientes para o disfarçar: toda a ênfase ao merca<strong>do</strong> único, prosseguimento das<br />
liberalizações, mercantilização de aspectos crescentes da vida social, precariedade laboral,<br />
desemprego estrutural.<br />
É elucidativo o consenso existente entre a direita e a social-democracia em torno destas<br />
orientações. Afinal de contas, têm si<strong>do</strong>, conjuntamente, seus fiéis protagonistas nos últimos<br />
anos. Esta estratégia, no fun<strong>do</strong>, não é mais <strong>do</strong> que a resposta destas duas correntes de um<br />
mesmo sistema à sua crise estrutural. A ser prosseguida, será ela própria semente de novas<br />
e mais profundas crises. A ser prosseguida, enfrentará inevitavelmente a resistência e a luta<br />
<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res e <strong>do</strong>s povos.<br />
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