Andrea Oliveira Batista DESEMPENHO ORTOGRÁFICO DE ...
Andrea Oliveira Batista DESEMPENHO ORTOGRÁFICO DE ...
Andrea Oliveira Batista DESEMPENHO ORTOGRÁFICO DE ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
economia para a estocagem linguística e consequentemente para o processamento<br />
das informações fonológicas, ocasionando um sistema de alta geratividade. A alta<br />
geratividade da escrita alfabética se relaciona à redução do número de unidades<br />
mínimas que se tem que aprender para poder escrever, entretanto a maioria das<br />
relações letra-som e som-letra não são estáveis, o que torna a aquisição e o<br />
estabelecimento da escrita ortográfica, uma aprendizagem complexa (ZORZI, 2003;<br />
CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2000; LEAL; ROAZZI, 2007).<br />
De acordo com Morais (1996), a aprendizagem de uma escrita alfabética fica<br />
na dependência de saber exatamente o que é o alfabeto e como este representa a<br />
linguagem no nível dos fonemas, das habilidades que são necessárias para<br />
aprender essa relação e da compreensão de como a representação alfabética pode<br />
ser modulada por convenções ortográficas.<br />
Qualquer que seja a metodologia de ensino adotada para a alfabetização,<br />
pode-se deduzir, tomando como apoio o que vários autores descrevem (LEMLE,<br />
1987; MORAIS, 1996; MORAIS, 1998; MASSINI-CAGLIARI; CAGLIARI, 1999;<br />
SCLIAR-CABRAL, 2003a; MOOJEN, 2009; ZORZI, 2008a, 2010), que em algum<br />
momento dessa aprendizagem, ou seja, para a conquista da escrita alfabética, o<br />
escolar precisará saber reconhecer, discriminar e nomear as letras do alfabeto<br />
(saber o que é letra); precisará ser capaz de identificar as palavras separadamente,<br />
pois na fala elas aparecem encadeadas, e fazer uma análise silábica destas (saber o<br />
que é palavra e o que é sílaba); necessitará também ter habilidades para perceber<br />
os componentes sonoros das palavras (saber o que é som, no caso os fonemas que<br />
compõem a palavra falada, e diferenciá-lo do que é letra) e terá que realizar a<br />
segmentação fonêmica das palavras, sendo hábil para relacionar cada fonema a<br />
uma letra ou a um grafema, estando atento à quantidade e à ordem em que devem<br />
figurar na palavra escrita.<br />
Colocado desta forma pode parecer simples, mas as tarefas cognitivas e<br />
metafonológicas do escolar que está aprendendo a escrever são similares às dos<br />
homens que impulsionaram a evolução da escrita ao longo do seu desenvolvimento<br />
cultural (ROBINSON, 1995). No início do processo de alfabetização quando a<br />
criança vai escrever, pensa sobre a palavra em termos articulatórios e acústicos,<br />
levando como primeira referência a oralidade, não pensando em termos grafêmicos.<br />
Na medida em que se expõe ao processo de utilização do código gráfico, vai se<br />
tornando capaz de formular não só hipóteses fonêmicas, mas também hipóteses<br />
27