Andrea Oliveira Batista DESEMPENHO ORTOGRÁFICO DE ...
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O erro ortográfico é causador de muitas angústias e preocupação para os<br />
alfabetizadores, principalmente porque não estão preparados para identificá-los<br />
como fazendo parte do percurso normal da apropriação da escrita ou como<br />
manifestação de problemas reais com sua aprendizagem, além de ser necessária<br />
uma equipe multidisciplinar, para o diagnóstico da disortografia (LAMÔNICA, 2008;<br />
CIASCA, 2008; CAPELLINI; CUNHA; BATISTA, 2009; BATISTA; GONÇALVES;<br />
NOBRE, 2010; ZORZI, 2010).<br />
Contudo, segundo Moojen (2009, p. 78) os “[...] professores competentes e<br />
intuitivos em geral sabem identificar quando um aluno está cometendo erros mais<br />
primitivos do que seria esperado para série, na medida em que desenvolvem um<br />
padrão subjetivo de desenvolvimento típico”. Por ser este padrão subjetivo de<br />
desenvolvimento típico (grifo nosso) para a aquisição ortográfica, dependente da<br />
experiência docente, a maioria dos professores, portanto, só consegue desenvolvê-<br />
lo quando permanece por muitos anos lecionando no mesmo ano escolar.<br />
Como nem sempre isto acontece, torna-se pertinente, neste momento, a<br />
consideração de conceitos técnicos e científicos, que possam balizar o<br />
desenvolvimento destas percepções em sala de aula. Além do mais, estas<br />
percepções só estão, à princípio, desenvolvidas em profissionais da fonoaudiologia<br />
e psicopedagogia, com anos de experiência no trabalho da interface da oralidade e<br />
da escrita. Logo, este conhecimento apresenta-se falho, porém necessário a todos<br />
que estão relacionados com este tema.<br />
O DSM-IV, manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais,<br />
(ASSOCIAÇÃO AMERICANA <strong>DE</strong> PSIQUIATRIA, 2000) define o Transtorno<br />
Específico da Escrita, também conhecido como disortografia, como uma alteração<br />
na planificação da linguagem escrita, que causa transtornos na aprendizagem da<br />
ortografia, gramática e redação, apesar de o potencial intelectual e a escolaridade<br />
do indivíduo estarem adequados para a idade. Segundo a Classificação Estatística<br />
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10, 1999), a<br />
disortografia é referida como Transtorno Específico de Soletração, sendo a<br />
característica essencial uma alteração específica e significativa do desenvolvimento<br />
da habilidade para soletrar, na ausência de antecedentes de um transtorno<br />
específico de leitura, e não atribuível à baixa idade mental, transtorno de acuidade<br />
visual ou escolarização inadequada. A capacidade de soletrar oralmente e a<br />
capacidade de escrever corretamente as palavras estão ambas afetadas.<br />
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