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Andrea Oliveira Batista DESEMPENHO ORTOGRÁFICO DE ...

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ortográficas e, consequentemente, compreende que geralmente não se escreve<br />

exatamente como se pronunciam as palavras na fala (TRESSOLDI; VIO; IOZZINO,<br />

2007).<br />

Desta forma, depois de a criança descobrir o princípio alfabético e poder<br />

operar com a relação entre fonemas e grafemas para escrever, será imprescindível<br />

que se dê conta agora de outros aspectos que se relacionam com a escrita<br />

ortográfica, um novo desafio também para os educadores, que implicará mais tempo<br />

de ensino-aprendizagem e também de outras habilidades, que não as<br />

metafonológicas, mas as habilidades metamorfológicas (MOTA et al., 2008;<br />

PAOLUCCI; ÁVILA, 2009). As habilidades metamorfológicas entram em ação, não<br />

mais guiadas por uma mediação fonológica, mas norteadas a partir de uma análise<br />

mais aprofundada da gramática da língua (CAGLIARI, 1999b; MORAIS, 2007a).<br />

Escrever ortograficamente significa compreender que um grafema pode representar<br />

fonemas diferentes e que um fonema pode ser escrito por grafemas diferentes,<br />

sendo que esta compreensão coloca o escolar diante das situações de regra e<br />

irregularidade no processo de apropriação do sistema ortográfico de sua língua<br />

(MAREC-BRETON; GOMBERT, 2004; ZORZI, 2008b).<br />

Estes aspectos são apontados por vários autores, os quais enfatizam a<br />

utilização da criança de diversas informações linguísticas para aperfeiçoar sua<br />

escrita alfabética, compreendendo, em primeira instância, que as grafias são<br />

geradas por uma sequência fonêmica, mas que também precisam das informações<br />

morfológicas e sintáticas para alcançar a escrita correta (ZUANETTI; CORRÊA-<br />

SCHNEK; MANFREDI, 2008; MOTA; ANIBAL; LIMA, 2008; KYTE; JOHNSON,<br />

2008).<br />

Morais (2007b) insiste na natureza arbitrária do conhecimento ortográfico,<br />

considerando o fato de que mesmo algumas questões ortográficas sendo previsíveis<br />

e possam ser resolvidas seguindo regras ou princípios gerativos não faz com que<br />

deixem de ser algo arbitrado, prescrito como lei para determinada comunidade<br />

linguística. A ortografia é um tipo de saber resultante de uma convenção, de<br />

negociação social e que assume um caráter normatizador, prescritivo, contudo nem<br />

sempre ela existiu (MORAIS, 1998).<br />

No Apêndice A, Capellini e <strong>Batista</strong> (2011) apresentam o inventário das letras<br />

do alfabeto, nas possíveis notações ortográficas pertinentes a cada fonema do<br />

português do Brasil, permitindo uma visão geral das possibilidades de escrita e<br />

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