Andrea Oliveira Batista DESEMPENHO ORTOGRÁFICO DE ...
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e que em cada erro revela-se uma lógica subjacente expressa em uma hipótese<br />
(MONTEIRO, 2007). Nas duas décadas passadas, importantes trabalhos foram<br />
apresentados com a finalidade de melhor compreender os erros ortográficos e a<br />
relação destes na trajetória da aquisição da linguagem escrita. O reconhecimento do<br />
caráter progressivo desta aquisição, com alguns aspectos mais facilmente<br />
assimilados enquanto outros exigindo mais tempo e conhecimentos para se<br />
consolidarem, foram trazidos por Carraher (1990, 1992), Zorzi (1998, 2003, 2009a),<br />
Guimarães e Roazzi (2007) e Moojen (2009).<br />
Mas quando, e se, o erro é encarado apenas como hipótese, podemos<br />
concluir, então, tudo o que a criança produz pode ser considerado “certo”,<br />
acreditando que o conhecimento ortográfico se consolidará conforme os anos<br />
escolares vão passando. Isto pode gerar uma falsa expectativa de que a mera<br />
exposição à linguagem escrita é suficiente para dar conta do ensinamento da<br />
ortografia. Assim corre-se o risco de se perder o parâmetro do que considerar como<br />
esperado ou não para cada idade e série escolar.<br />
Por outro lado, quando não se apresentam concepções preconceituosas com<br />
o termo “erro” ortográfico, podemos olhar para a produção escrita de um aluno e<br />
constatar sem medo se esta está certa ou não, tirando dele próprio a<br />
responsabilidade da aprendizagem ortográfica sem mediação, e tomarmos pé da<br />
situação iniciando por questionamentos que permitam refletir sobre o papel que o<br />
professor desempenha em sala de aula. Olhar o “erro” sem medo significa ter<br />
coragem para enfrentá-lo. De acordo com Basso e Bolzan (2006) e Borges (2007),<br />
os erros ortográficos dos alunos deveriam ser enxergados como indicadores do que<br />
é preciso ensinar.<br />
Somente desta forma, todos os profissionais envolvidos com a educação,<br />
poderão refletir sobre o desenvolvimento da capacidade de ortografar, no processo<br />
de formação escolar, de modo a encarar a ortografia e os erros ortográficos como<br />
objeto de conhecimento, que necessitam de uma intervenção educacional direta. Só<br />
assim, todos os profissionais envolvidos com a educação, poderão implementar<br />
ações para auxiliar tanto o escolar do 2º ano, na descoberta do princípio alfabético,<br />
assim como para o escolar do 4º ano, na compreensão cada vez mais encorpada<br />
das situações regra e irregulares da língua no que se refere a notação admitida<br />
(ALBUQUERQUE; MORAIS; FERREIRA, 2008).<br />
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